Torben Grael se assume como pai coruja e já vê filha à sua frente
Um dos atletas mais vitorioso do Brasil experimentou nesta quinta-feira (18) uma emoção diferente na Baía de Guanabara. Torben Grael não pôde fazer mais do que torcer pela filha Martine Grael, que ao lado de Kahena Kunze conquistou a medalha de ouro da classe 49er FX da vela.
A família ainda conta com Marco Grael, irmão de Martine, que disputou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro na classe 49er, mas ficou sem medalha. Os pódios olímpicos da família Grael chegam à segunda geração com a conquista de Martine. Ao lado de Kahena, ela repete logo em sua estreia nos Jogos o que o pai demorou quatro edições para conquistar: o ouro.
“Ela já me passou, na verdade. Ela ganhou o ouro e foi eleita melhor do mundo antes de mim”, lembra Torben, exaltando os feitos da filha e negando que o sobrenome aumente a pressão. “Essa comparação só tem de ser usada como incentivo pra ela.”
A árvore genealógica da família Grael cheira a medalha olímpica. Tudo começou em 1984, sete anos antes de Martine nascer, quando Torben conquistou a prata na classe Soling em Los Angeles. Daí em diante a família costurou relação íntima com o pódio dos Jogos: Lars Grael, tio de Martine, foi bronze em Seul-1988 e Atlanta-1996; enquanto Torben se tornou o mais vitorioso da família passando por Seul-1988 (bronze), Atlanta-1966 (ouro), Sidney-2000 (bronze) e Atenas-2004 (ouro).
"Nos primeiros campeonatos em que meu pai foi técnico, nem realizei muito bem o que era ter ele ao lado. Mas hoje mais do que nunca precisamos dele, porque ele conhece aqui mais do que ninguém, então a presença dele no bote dá uma tranquilidade", explica Martine ao canal SporTV, valorizando a importância do pai para a conquista na Rio-2016.
O gosto de Martine pelo mar começou antes mesmo de a atleta nascer. Convidada por amigas, a mãe Andrea Soffiatti Grael velejou grávida de sete meses em 1990. “Foi a primeira regata da Martine, de um lado pro outro da minha barriga”, brincou a orgulhosa mãe em entrevista ao UOL no ano passado.
Martine já foi campeã mundial em 2014 e prata no Pan-Americano de Toronto em 2015, tudo ao lado de Kahena Kunze. Ela ainda foi eleita pela Federação Internacional de Vela como a melhor velejadora do mundo em 2014. Aos 25 anos, a velejadora ainda tem muitas edições de Olimpíadas pela frente para tentar ultrapassar o pai também em número de medalhas.