! Martine e Kahena comemoram "feijão com arroz" que rendeu ouro - 18/08/2016 - UOL Olimpíadas

Vela

Martine e Kahena comemoram "feijão com arroz" que rendeu ouro

Bruno Doro e Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

No último dia da vela da Rio-2016 finalmente saiu uma medalha para o Brasil no esporte em que o País mais acumula pódios em Olimpíadas. Martine Grael e Kahena Kunze venceram o ouro em uma regata com muita emoção na Marina da Glória, mas elas juram ter feito tudo da forma mais simples.

“Não estávamos esperando muito, foi mais no feeling. Nós pensamos: vamos fazer nosso feijão com arroz”, fala Kahena à TV Bandeirantes, tentando explicar a disputa metro a metro com as neozelandesas Alex Mahoney e Molly Meech. Após contornar a última boia na liderança, a tripulação brasileira viu as rivais se aproximarem cada vez mais, mas deu tempo de cruzar a linha de chegada na liderança para assegurar o ouro.

“Nem pensamos em medalha. Só realizei que era ouro quando a gente cruzou a linha, olhou para trás… E era ouro”, conta Martine, revelando que a escolha mais importante da regata se deu também pelas circunstâncias da prova. “Montamos a boia indo para a esquerda. Tomamos a decisão porque a boia estava mais perto. Fomos indo para a esquerda, indecisas se iríamos para a direita. Como estávamos indecisas, resolvemos continuar”, conta.

Kahena dá mais emoção ao relato, detalhando a tática que deu à tripulação condições ideais para vencer a regata. "Antes da prova nós conversamos e falamos que faríamos a melhor regata possível, sem pensar em colocação. Ali a gente arriscou sair para esquerda, vimos que as neozelandesas foram para o outro lado, e foi isso que fez a diferença para nós, porque passamos dois barcos antes da última boia", explica.

A tripulação brasileira chegou à regata da medalha disputando os lugares do pódio com outros três barcos: da Espanha, da Dinamarca e da Nova Zelândia. Velejando de forma brilhante, Martine e Kahena acertaram todas as decisões que tomaram para seguir as neozelandesas de perto por boa parte da prova e ultrapassá-las antes da última boia. “Foi bem difícil a decisão”, admite Martine.

Ainda sem entender muito bem o tamanho do feito, as atletas penduram a medalha de ouro no pescoço logo na estreia em Jogos Olímpicos. “Não, ainda não caiu a ficha. Tem muita coisa acontecendo aqui”, diz Kahena. “Deu para perceber que estamos mesmo em casa. Nossa primeira Olimpíada e já vem o ouro em casa, não tem preço.”

Topo