Famílias de campeãs olímpicas comemoram com mergulho na Baía de Guanabara
A conquista de Martine Grael e Kahena Kunze na vela foi marcada por uma festa em família na água da praia do Flamengo. Assim que a dupla brasileira venceu a medal race e faturou o ouro, um grupo de cerca de dez pessoas mergulhou e nadou quase cem metros até as boias que delimitavam a área de segurança da raia.
Nomes de peso da vela brasileira participaram da festa aquática. Andrea Grael, mãe de Martine, caiu na água acompanhada pelo filho Marco, irmão da campeã olímpica que também disputou a Rio-2016. Cinco vezes medalhista olímpico, o pai Torben relutou e preferiu não mergulhar, assim como o treinador espanhol Javier Torres. A família de Kahena também foi para a água. “É um casamento perfeito. Elas são guerreiras”, celebra Audrey, mãe de Kahena.
"Sabíamos que tinha a possibilidade de chegar lá, mas sempre tem que ir lá e confirmar, é difícil", avalia Torben Grael, lembrando que a dupla brasileira venceu dois pré-Olímpicos às vésperas dos Jogos do Rio. "E a pressão era imensa nela (Martine) por causa da família, por ser no Brasil. E ficou a última classe a definir, a última a poder conseguir medalha”, completa.
Quando viram os familiares nadando em direção à raia de competição, Martine e Kahena foram para lá e completaram a comemoração. Teve barco virado, bandeira do Brasil e muitos abraços na água da Baía de Guanabara, que não estava tão quentinha quanto nos dias anteriores. Quando questionada sobre o que sentia após a festa, Andrea Grael não titubeou "Frio", brincou a mãe de Martine.
"Foi muito legal ter essa energia toda aqui. Eu nunca vi essa marina assim”, comemora Andrea, referindo-se ao apoio da torcida. "Quando eu vi elas montando em primeiro na última boia, a gente já ficou na expectativa, porque mesmo na frente pode acontecer alguma coisa. Eu só queria que elas ficassem com uma medalha, porque elas mereciam", completa a mãe da campeã olímpica.
Em competições de vela, geralmente é permitido ao público acompanhar a regata da medalha em barcos ancorados perto da raia de competição. No Rio de Janeiro, porém, isto foi proibido. Tanto os familiares de Martine e Kahena quanto os torcedores tiveram que assistir a prova de longe, da areia do Aterro do Flamengo. Mas a distância não foi obstáculo para a celebração do ouro.
Quando enfim saiu da água, a tripulação brasileira foi ovacionada pelos torcedores na área de desembarque dos atletas. Normalmente são as próprias atletas quem arrastam o barco para fora da água, mas nesta quinta-feira o público fez questão de participar do momento: as pessoas levantaram o barco da água com Martine e Kahena em cima, carregando nos ombros as velejadoras de ouro.