Vôlei de praia

Simpática e infalível, tricampeã olímpica é obstáculo do Brasil na praia

Shaun Botterill/Getty Images
Kerri Walsh, dos Estados Unidos, comemora ponto diante da Austrália imagem: Shaun Botterill/Getty Images

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

Quando Agatha e Barbara entrarem na arena de vôlei de praia em Copacabana, nesta quarta, verão uma rival intimidadora do outro lado da rede. Kerri Walsh é tricampeã e nunca perdeu um jogo sequer em Olimpíadas. É, sob qualquer aspecto, uma lenda do esporte. Só que ela não fará cara feia ou alguma provocação. Na verdade, o mais provável é que ela esteja com um sorriso bem largo no rosto.

Desde o começo da Olimpíada, Walsh tem sido uma espécie de "Miss Simpatia". Maior ameaça ao título das brasileiras, ela não teve a torcida contra si em nenhum jogo até agora. Boa parte disso é resultado da postura sorridente da americana, que saúda o público sempre que pode, demonstra carinho com os fãs e não sai da quadra antes de dar um abraço em cada boleiro ou juiz de linha.

“Poder dividir essa energia com meu marido, meus filhos, April [Ross, parceira de Walsh]... Nós somos assim. Quando não estamos nos abraçando estamos assim, próximas. É uma coisa de dividir”, explica Walsh.

A simpatia pode parecer banal, mas é o tipo de postura que cativa em grandes astros. E não se engane sobre o status de Walsh. Ao lado da antiga parceira Misty May, ela dominou as três últimas Olimpíadas e nunca saiu de quadra derrotada nos Jogos. Na última vez, em Londres, ela ganhou o ouro com três meses de gravidez, uma amostra do quanto seu talento pode fazer a diferença.

AP/Petr David Josek
Tricampeã, Walsh disputa primeira olimpíada com Ross como sua parceira imagem: AP/Petr David Josek

Walsh é, no fim das contas, o principal motivo pelo qual se joga tão tarde no vôlei de praia do Rio de Janeiro, com partidas começando meia-noite. O horário favorece a NBC, transmissora americana da Olimpíada que quer a tricampeã em seu horário nobre. Mesmo em uma modalidade não tão popular, ela transformou-se em um exemplo de sucesso feminino no esporte.

Não foi só pelo agito de Copacabana que parte do Dream Team resolveu ir assistir ao vôlei de praia. Kevin Durant, Draymond Green, Jimmy Butler e DeAndre Jordan aplaudiram Walsh de pé e cantaram parabéns para a jogadora, que, simpática como sempre, agradeceu um a um pelo apoio.

Como, então, encarar alguém dessa magnitude em busca de uma final olímpica? "Se eu colocar todo esse glamour para ela como adversária, eu vou sair perdendo. Então tenho de racionalizar ela como outra jogadora qualquer. Lógico que existe uma admiração. Ela é uma jogadora incrível, mas a gente não pode escolher adversário. Esse pensamento a gente deixa para a torcida", disse Agatha.

O duelo entre brasileiras e americanas ocorre na meia noite de terça para quarta, em Copacabana, e define uma vaga para a decisão. A partida terá acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.
 

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