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Atualizada em 02.02.2016 13h11

Médico da Rio-2016 vê "desinformação" e diz que zika não atrapalhará Jogos

Divulgação/ABCD
João Grangeiro, chefe médico do Comitê Organizador Rio-2016 imagem: Divulgação/ABCD

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O aumento do número de casos de zika no Brasil e na América como um todo despertaram nesta semana dúvidas sobre o risco de uma epidemia atrapalhar a Olimpíada de 2016. Jornais estrangeiros e até o Comitê Olímpico da Austrália demonstraram preocupação com a saúde de atletas e turistas que estarão no Rio de Janeiro daqui a sete meses. Essa preocupação, entretanto, não se justifica, segundo o chefe médico do Comitê Organizador Rio-2016, João Grangeiro. Ele afirmou que não há chance de a zika virar um problema para os Jogos.

“Não há risco. Não existe necessidade de uma preocupação tão grande quanto à zika”, enfatizou ele, em entrevista ao UOL Esporte. “Existe muita desinformação. Mas, a medida que as pessoas forem conhecendo o assunto, vão se acalmar.”

Segundo Grangeiro, a primeira desinformação quanto à zika está relacionada à gravidade da doença. Em 80% dos casos, o vírus da zika não causa qualquer problema à pessoa infectada. Em cerca de 20% dos casos, causa dor de cabeça, febre baixa e dores leves nas articulações, o que desaparece em uma semana. Só as grávidas são quem devem ter cuidados maiores já que a infecção poder causar microcefalia nos bebês.

“O índice de problemas mais graves é baixíssimo”, explicou Grangeiro, que é médico. “Na grande maioria das vezes, a doença evolui de forma benigna. ”

Grangeiro disse ainda que a segunda desinformação a respeito do zika está relacionada à sua propagação. Ele lembrou que a Olimpíada de 2016 acontecerá em agosto (de 5 a 21). Historicamente, o mês é mais frio e seco. Portanto, dificulta a reprodução do mosquito aedes aegypti, transmissor do zika e também da dengue.

“Estamos acompanhando a proliferação do mosquito. Até março, ela tende a aumentar. Em abril, deve haver uma queda brusca e, em junho, já não deve haver mais reprodução”, disse. “Assim, o risco de contágio é pequeno. ”

O chefe médico da Rio-2016 ressaltou que tudo isso não significa que o Comitê Rio-Organizador dos Jogos não acompanhe a zika. Ele disse que o órgão está em constante contato com as autoridades de saúde para verificar a evolução da doença. Todas as informações obtidas estão sendo repassadas ao COI (Comitê Olímpico Internacional), que também monitora o assunto.

“O COI lê as matérias que estão saindo no exterior e nos questiona. Querem saber como estamos conduzindo a questão. Mas estão tranquilos”, afirmou ele.

COI alertará comitês nacionais

Nesta quinta-feira (28), o presidente do COI, Thomas Bach, anunciou que o órgão vai estreitar contatos com os comitês olímpicos nacionais para informá-los sobre o zika. Segundo ele, os comitês, os quais enviam atletas ao Rio, serão instruídos sobre como lidar com a doença.

Bach, no entanto, também ressaltou que o risco de contágio durante a Rio-2016 será menor devido ao clima no Brasil.

Também nesta quinta, o prefeito Eduardo Paes afirmou que a zika não é um problema da Olimpíada, mas sim da cidade e do país. Ele afirmou que o município está agindo para combater à doença e ressaltou que, em agosto, com menos chuvas e calor, o número de casos de zika deve cair. “Não acho que a doença seja um problema olímpico, mas agora tudo o que acontece no Rio tem repercussão internacional”, declarou.

 

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