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Vôlei de praia

Flávio Florido/UOL

Márcio e Fábio Luiz lamentam a derrota na decisão do ouro

Confira as tabelas completas da modalidade

26/08/2008 - 09h52

Brasil encerra vôlei de praia com sua pior campanha e vê Estados Unidos soberano

Do UOL Esporte

Em São Paulo

A expectativa era grande. Afinal, os resultados das últimas Olimpíadas credenciavam o vôlei de praia brasileiro à conquista de pelo menos uma medalha de ouro em Pequim. O lugar mais alto do pódio, no entanto, não veio e a equipe verde-amarela teve em 2008 sua pior participação desde que a modalidade é disputada nos Jogos - Atlanta-96. De quebra, o país assistiu à confirmação dos Estados Unidos como a maior força da modalidade.

BRASIL NO VÔLEI DE PRAIA OLÍMPICO
Thomas Coex/AFP
Mesmo com dobradinha masculina, Brasil teve a sua pior campanha em Pequim
199611-
2000-21
200411-
2008-11
TOTAL252
ANOOUROSPRATASBRONZES
DUAS DUPLAS NO PÓDIO MASCULINO
CAMPANHA RUIM ENTRE AS MULHERES

Campeões olímpicos em Atenas-04, Ricardo e Emanuel eram a principal esperança brasileira no esporte. Mesmo sem manter o domínio no circuito mundial nos últimos anos, os dois eram considerados os nomes a serem batidos quando chegassem à China.

Os próprios norte-americanos campeões da disputa, Todd Rogers e Phil Dalhausser, chegaram a afirmar antes do início das Olimpíadas que Ricardo e Emanuel dificilmente perderiam o ouro. "Estamos confiantes, mas em minha opinião será muito difícil superar os dois", analisou Dalhausser.

As previsões não se confirmaram. A maior dupla masculina brasileira de todos os tempos fez um duelo caseiro na semifinal com Márcio e Fábio Luiz e foi superada por 2 sets a 0. Com isso, os dois precisaram se contentar com o bronze obtido em novo duelo verde-amarelo: diante de Geor e Gia (Jorge e Renatão), que representaram a Geórgia em Pequim.

A derrota de Ricardo e Emanuel na semifinal transferiu toda a esperança do ouro para a dupla número 2 do país e até então pouco cotada à conquista de medalha. Márcio e Fábio Luiz bem que tentaram, mas ficaram longe de impedir a vitória de Rogers e Dalhausser na final, principalmente após uma sucessão de falhas no terceiro set.

"Fiquei feliz por ter ficado com a medalha de prata, mas queria o ouro. Ninguém queria o ouro mais do que eu. Mas a vida é isso aí", lamentou Fábio Luiz após a decisão em discurso que foi repetido pelo companheiro. "Não tenho muitas palavras para dizer. Às vezes, não acertamos. Não é fácil. Em um momento como esse, ficamos com o gostinho de quero mais", completou Márcio.

Enquanto o Brasil conseguiu pela primeira vez levar duas duplas ao pódio entre os homens, os Estados Unidos tiveram outro feito inédito de maior relevância para comemorar. Isso porque o título no masculino confirmou o país norte-americano como o primeiro a conquistar as duas medalhas de ouro em disputa no vôlei de praia na mesma Olimpíada.

Tal façanha só foi assegurada graças à confirmação do favoritismo de Kerri Walsh e Misty May-Treanor entre as mulheres. As duas obtiveram o bicampeonato olímpico de maneira absoluta, sem perder um set sequer nas sete partidas que disputaram em Pequim.

Já o Brasil ficou sem subir ao pódio olímpico feminino pela primeira vez. A exemplo dos homens, a dupla de mulheres brasileiras que chegou mais longe foi a número 2 do país, formada por Renata e Talita. Após caírem diante de Walsh e May na semifinal, elas foram para a disputa do bronze e pouco puderam fazer para evitar o revés contra as anfitriãs Chen Xue e Xi Zhang por 2 a 0.

A outra dupla brasileira teve um caminho bem mais complicado. Principais candidatas a desafiar o reinado de Walsh e May, Juliana e Larissa começaram a perder a medalha antes mesmo do início dos Jogos. A alguns dias da estréia, a primeira jogadora decidiu abandonar as Olimpíadas devido ao agravamento de uma lesão no joelho direito.

A veterana Ana Paula foi chamada às pressas para substituí-la e chegou a Pequim somente na véspera do primeiro jogo que faria ao lado Larissa. Sem nunca ter nem ter nem treinado junto, a dupla sentiu a falta de entrosamento e parou nas quartas-de-final, também diante das campeãs norte-americanas.

"Se tivéssemos tido um pouco mais de tempo, dentro das condições normais, nós teríamos mais chance de medalhar. Mas eu estou feliz. Conseguimos, depois desse tempo todo, ser uma dupla", conformou-se Larissa após ser eliminada.

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