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18/09/2008 - 09h01

Países em desenvolvimento têm melhores resultados nas Paraolimpíadas

Da Folhapress
Em São Paulo
A Paraolimpíada de Pequim terminou na última quarta-feira com um quadro final de medalhas bem diferente do da Olimpíada. Na competição para atletas com deficiência física, os países mais pobres, incluindo o Brasil, o nono colocado, tiveram resultados bem mais expressivos.

O grupo formado por Estados Unidos, Canadá, nações européias, Austrália e Japão ficou com 57% das medalhas de ouro distribuídas - foi de 67% em Atenas-04. Nos Jogos de Pequim para atletas sem deficiência, esse índice ficou em 63%.

Na Olimpíada, os africanos ganharam, com cinco países diferentes, só 12 ouros, ou menos de 4% das medalhas desse metal. Na Paraolimpíada, sete nações africanas foram ao lugar mais alto do pódio. Isso aconteceu 51 vezes, ou 11% do total.

Além do Brasil, que na Olimpíada foi apenas o 23º colocado, outros países em desenvolvimento tiveram na Paraolimpíada performance muito melhor do que na Olimpíada.

Na competição para atletas sem deficiência, a África do Sul foi somente a 71ª colocada, com uma mísera medalha de prata. No certame paraolímpico, ficou em sexto lugar, com 30 pódios, sendo 21 de ouro.

Resultados naturais pelo tamanho das delegações enviadas por ricos e pobres nas duas competições chinesas.

A Organização Mundial da Saúde estima em 750 milhões de pessoas o número de deficientes no mundo. E que cerca de 80% deles estão em países em desenvolvimento, vitimadas pela ineficiência no combate a doenças como a poliomielite e por amputações causadas por conflitos armados.

Estatística que têm reflexo na divisão dos competidores. Enquanto os ricos mandam para a Paraolimpíada equipes bem mais modestas do que na Olimpíada, as nações em desenvolvimento mandam delegações mais parelhas ou até bem mais inchadas.

Nos Jogos para competidores sem deficiência, os EUA enviaram cerca de 600 atletas. Na competição encerrada na última quarta-feira, foram somente 213 atletas americanos, sendo que 16 foram veteranos da Guerra do Iraque. Na primeira competição, a maior potência do planeta ganhou 110 medalhas. Na para atletas deficientes, 99.

O Japão mandou mais de 300 atletas para a Olimpíada de Pequim, número reduzido para 163 na Paraolimpíada. A Austrália também reduziu sua delegação quase pela metade.

No caso do Brasil, o corte foi bem menor. O país mandou à Paraolímpiada 188 competidores, número cerca 30% menor do que na Olimpíada.

Boa parte das nações africanas tiveram um número de atletas deficientes bem maior do que os sem deficiência.

É o caso, por exemplo, da Tunísia, uma das maiores surpresas da Paraolimpíada, em que terminou no 15º posto no quadro de medalhas, com 21 medalhas, 9 de ouro.

O país do norte da África teve 35 atletas com algum tipo de deficiência, contra 27 da Olimpíada, em que foi só uma vez ao pódio e terminou na 52ª posição no quadro de medalhas.

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