O nadador Clodoaldo Silva, maior medalhista de ouro do Brasil nas Paraolimpíadas, adiou o teste de classificação funcional, que estava marcado para esta terça-feira, para quinta-feira, às 10h (horário de Pequim). Após ser protestado para trocar de categoria, o brasileiro chegou a cogitar não participar da competição.

No entanto, Clodoaldo já admite se apresentar ao Comitê Olímpico Internacional (IPC) na data limite para o teste (quinta). Segundo o nadador, os companheiros de delegação são o motivo para ele ainda continuar em Pequim. "O que me motiva mais são os atletas, adiei a reavaliação por eles. Os atletas são as únicas pessoas que me fazem ficar aqui, caso contrário eu já teria jogado tudo para o alto. Não é por causa das medalhas, mas por causa do exemplo que sou para outros atletas que estão aqui", disse o brasileiro.

Clodoaldo afirma estar chateado com o protesto que recebeu no início de julho de um país não revelado para que troque a categoria S4 pela S5 nas Paraolimpíadas. Segundo o país, o nadador não apresenta características físicas de atletas da categoria na qual compete. Quanto maior a classe, menor é o grau de deficiência do atleta.

"As pessoas devem estar se perguntando em casa o motivo para o Clodoaldo Silva não querer fazer a avaliação. Será que é porque ele vai subir de classe, não vai mais ganhar medalha de ouro? Não é nada disso. Eu me recuso a fazer porque eu já fiz 4 avaliações e não preciso mais de nenhuma para nadar no esporte paraolímpico", revelou.

O primeiro protesto pelo qual o atleta passou foi em 2006, no mundial de natação, realizado na África do Sul. Na ocasião, a delegação espanhola entrou com um pedido junto ao comitê internacional para que Clodoaldo fosse transferido da categoria S4 para a S5. O comitê aceitou o protesto, mas o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) entrou com um recurso alegando erro de procedimento no documento espanhol e conseguiu anular a decisão.

Com o novo protesto em andamento, Clodoaldo é obrigado a fazer o teste de avaliação de sua condição física. Caso o brasileiro compareça ao IPC, mas não realize o exame, estará impossibilitado de competir nas Paraolimpíadas de Pequim.

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