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25/08/2008 - 09h19

Ginástica artística vê polarização EUA/China afundar Romênia e Rússia

Do UOL Esporte
Em São Paulo
A briga entre China e Estados Unidos pela liderança do quadro de medalhas dos Jogos de Pequim foi prenunciada anos antes das Olimpíadas de 2008. E, aos poucos, ficou claro que a ginástica artística seria a modalidade que refletiria exatamente esta disputa. De fato, a briga se confirmou, com os chineses levando a melhor com ampla vantagem. No entanto, não foram apenas os americanos que saíram perdendo. Outras duas potências da ginástica sofreram uma queda sensível em Pequim graças à polarização sino-americana: Romênia e Rússia.

QUADRO DE MEDALHAS NA GINÁSTICA ARTÍSTICA
1-China91414
2-EUA26210
3-Romênia1012
4-Coréia do Norte1001
4-Polônia1001
6-Japão0202
7-Alemanha0112
7-França0112
9-Coréia do Sul0101
9-Croácia0101
9-Espanha0101
12-Rússia0022
13-Ucrânia0011
13-Uzbequistão0011
13-Reino Unido0011
PAÍSOPBTOTAL
ATLETAS MEDALHISTAS
PÁGINA DA MODALIDADE
Após 10 dias de disputa do esporte no Ginásio Nacional, a China, que usou em sua equipe feminina ginastas cuja idade foi bastante questionada pela mídia internacional e pelo próprio COI, manteve em casa nada menos do que 14 das 42 medalhas distribuídas, 33% do total. Na proporção de ouros, a porcentagem foi maior ainda. Os chineses abocanharam nove das 14 insígnias douradas em disputa, ou seja, 64%.

Os Estados Unidos tiveram de se contentar com suas 10 medalhas, sendo apenas duas delas de ouro. Nas disputas entre mulheres, o país tinha esperanças de ainda conquistar medalhas douradas no solo e nas barras, mas não conseguiu. Ficou apenas com os títulos de Anastasia Liukin, no individual geral, e Shawn Johnson, na trave.

Para piorar a situação americana, a equipe masculina foi a Pequim totalmente desfalcada, sem suas duas principais estrelas, os irmãos Paul e Morgan Hamm. Não à toa, os ginastas que representaram os Estados Unidos não conseguiram mais nada além de duas pratas. Melhor para os chineses, que ficaram com sete dos oito ouros.

Quem ficou de fora da festa foi o Japão. Tradicionais na ginástica masculina, os japoneses somaram apenas duas pratas.

Já Rússia e Romênia tiveram dificuldades na disputa feminina. Líder no número de medalhas em Sydney-2000 com 15 insígnias, a equipe russa faturou apenas três medalhas em Atenas-2004 e teve desempenho ainda pior em Pequim: somente dois bronzes.

Para as romenas, a terceira colocação geral teve gosto muito amargo. Detentora de 10 medalhas há quatro anos, quando subiu quatro vezes ao lugar mais alto do pódio, a equipe feminina do país confirmou as baixas expectativas de seu técnico, Nicolae Forminte, e não conseguiu nada mais do que duas medalhas, sendo uma delas o inesperado ouro de Sandra Izbasa no solo.

Desde que Nadia Comaneci despontou no cenário mundial com apresentações perfeitas nos Jogos de Montréal, em 1976, o número mínimo de medalhas da ginástica romena em Olimpíadas era cinco. Desta vez porém, o time sentiu falta de um expoente, como foram Comaneci, no Canadá e em Moscou-1980, e Catalina Ponor, detentora de quatro ouros na Grécia.

Apesar da polarização EUA/China, os Jogos de Pequim distribuíram medalhas a 15 países diferentes, um recorde. Apenas americanos e chineses, porém, conseguiram mais do que dois metais.

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