22/08/2008 - 05h50
Casos de doping ofuscam disputas do hipismo olímpico em Hong Kong
Das agências internacionais
Em Hong Kong (CHN)
A alegria dos vencedores durante a volta olímpica no Centro Eqüestre foi ofuscada pelo número de casos de doping desta Olimpíada.
Hong Kong, escolhida cidade-sede para as competições eqüestres, investiu 150 milhões de dólares em locações e também em um inédito e avançado laboratório antidoping. Mas o teste positivo de quatro cavalos para capsaicina, um derivado de pimenta banido por ter propriedades analgésicas e causar hipersensibilidade, manchou o final das competições.
O secretário-geral da Federação Eqüestre Internacional (FEI), Alexander McLin, disse à agência internacional Reuters que o hipismo "não foi o único esporte a ter problemas de doping. Reconhecer isso é muito importante porque precisamos lutar contra os casos de doping e medicações mal usadas". McLin completou, dizendo que "é muito importante que nas Olimpíadas nós tenhamos um eficiente sistema de detecção de doping, e é exatamente isso que estamos fazendo".
Teste positivo
O norueguês Tony Andre Hansen, que liderava o ranking depois do segundo salto das eliminatórias, na última segunda-feira, foi desclassificado depois que o teste de seu cavalo deu positivo.
Hansen era um dos integrantes do time norueguês que levou o bronze na prova por equipes. A FEI ainda não decidiu se a equipe continuará com a medalha.
Três outros cavaleiros, todos do salto, foram suspensos depois de confirmados os testes positivos de seus cavalos. Denis Lynch, da Irlanda, o brasileiro Bernardo Alves e o alemão Christian Ahlmann.
O hipismo há muito tempo tem gerado desconfianças em relação ao doping e falta de ética em alguns procedimentos. Ludger Beerbaum, da Alemanha, que ficou em sétimo lugar no salto, havia sido desclassificado em Atenas-2004 e teve sua medalha cassada depois que seu cavalo foi pego no doping.
"É uma pena que isso tenha acontecido por aqui, é uma grande coisa e será publicado de maneira errada. É triste para o esporte", disse o cavaleiro australiano Matt Williams.
As competições de hipismo das últimas duas semanas foram empolgantes, com a participação de alguns dos melhores cavaleiros do mundo, como o holandês Anky van Grusven e o dramático retorno do canadense Eric Lamaze.
Por mais que tenha havido algumas decepções com nomes conhecidos, como os britânicos John e Michael Whitaker, caras novas do esporte trouxeram frescor à competição, como a equipe australiana do concurso completo de equitação e o chinês Alex Hua Tian, de 18 anos, disposto a colocar a China no mapa do hipismo.