Era apenas o quarto ponto da partida quando Emanuel subiu para tentar bloquear um ataque do norte-americano Sean Rosenthal. Os dois jogadores se chocaram sob a rede, e o brasileiro levou a pior, indo ao chão com as mãos no joelho esquerdo e uma expressão de dor no rosto.

Por alguns segundos, a Arena de vôlei de praia de Chaoyang se calou. Afinal, uma lesão tiraria Ricardo e Emanuel prematuramente dos Jogos Olímpicos de Pequim. Mas o paranaense se levantou, sacudiu a areia do corpo e voltou para o jogo.

A dor de Emanuel se somou à de Ricardo, que disputa os Jogos Olímpicos sentindo dores no tornozelo esquerdo, causadas por uma lesão sofrida há três meses. Mesmo assim, os dois bateram Rosenthal e Jacob Gibb e se classificaram para as semifinais dos Jogos Olímpicos de Pequim.

"Nossa, que susto!", exclamou Ricardo após a partida, vencida pelos brasileiros por 2 sets a 0. Na noite de terça-feira, às 23h (de Brasília), ele e Emanuel vão decidir a vaga na final contra os também brasileiros Márcio e Fábio Luiz.

Emanuel explica o lance: "Tomei um tostão do Rosenthal. E quem já tomou um tostão, osso com osso, sabe como é. Demorou uns 15 segundos para parar aquela dor muito intensa. Na hora eu só pensei em parar aquela dor", afirmou o jogador.

A recuperação de Emanuel foi rápida. E o resultado foi mostrado em quadra, com um excelente desempenho, principalmente defensivo. A garra do companheiro animou Ricardo.

"Independentemente da lesão, a vontade de participar dos Jogos Olímpicos é muito grande. Isto faz com que você supere qualquer dificuldade ou dor. Eu acredito muito na vontade de vencer. E o Emanuel está do meu lado me motivando", disse o baiano. "A magia dos Jogos Olímpicos faz com que o atleta se supere", completou.

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