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16/08/2008 - 15h06

Ana Paula e Larissa testam entrosamento forçado contra campeãs olímpicas

Lello Lopes
Em Pequim (China)

Até a sexta-feira da semana passada, Ana Paula e Larissa nunca haviam jogado juntas. Uma semana e quatro jogos depois, a dupla encara o seu maior desafio: as norte-americanas Misty May-Treanor e Kerri Walsh, atuais campeãs olímpicas, pelas quartas-de-final dos Jogos de Pequim.

Nova dupla se formou no dia 8 de agosto, quando Ana Paula chegou a Pequim
Pouco mais de uma semana depois, Ana e Larissa já mostram bastante entrosamento
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E para superar as norte-americanas, que ostentam uma incrível série de 105 vitórias consecutivas, as brasileiras apostam no talento individual e no entrosamento forçado que adquiriram nos últimos dias.

"Todo mundo ficou falando que os nossos gênios fortes iriam nos atrapalhar. Mas aconteceu exatamente o contrário. No começo, nós ficamos pisando em ovos, não querendo magoar a outra. Hoje a nossa proximidade nos dá a liberdade de puxar a orelha da outra", disse Ana Paula, que levou uma bronca de Larissa na vitória sobre as alemãs Okka Rau e Stephanie Pohl pelas oitavas-de-final.

O primeiro encontro entre as duas aconteceu na sexta. Logo após desembarcar no aeroporto pequinês, para substituir a machucada Juliana, Ana Paula foi à Arena de Vôlei de Praia de Chaoyang. Quando viu a nova companheira, Larissa chorou.

As duas fizeram uma pequena movimentação na sexta e estrearam no sábado contra as brasileiras naturalizadas georgianas Cris e Andrezza. Fora de ritmo, Ana Paula teve um desempenho ruim. "Aquele jogo contra a Geórgia foi um dos piores da minha vida. Achei que ia morrer", disse.

Aos poucos, a dupla foi se arrumando. E o entrosamento acabou surgindo, dentro e fora da quadra. "Antes do jogo contra as alemãs ficamos no quarto trocando fotos. Eu estou descobrindo na Larissa uma pessoa muito querida, muito bacana, completamente aberta a me conhecer", disse a veterana Ana Paula, de 36 anos.

Para Larissa, que aos 26 anos estréia nas Olimpíadas, a dificuldade no caminho rumo à final é um incentivo a mais para a nova dupla. "Se a gente ganhasse de 2 a 0 de todo mundo iria ser estranho", disse.