UOL Olimpíadas 2008 Notícias

15/08/2008 - 11h55

Ishii mantém Japão na ponta, mas domínio do judô não é mais japonês

Bruno Doro
Em Pequim (China)
O peso pesado Satoshi Ishii conquistou nesta sexta-feira sua primeira medalha de ouro olímpica. Com o título dos Jogos de Pequim na bagagem, ele já pode voltar a salvo para casa. Último japonês a entrar no tatame da Universidade de Ciência e Tecnologia, cabia a ele garantir que o Japão seguisse como o melhor país do judô nas Olimpíadas.

Com o resultado de Ishii, o Japão chegou a quatro ouros em Pequim-2008. A China, que venceu nos pesados com Tong Wen, ficou com três. "Eu sentia que só poderia voltar vivo para o Japão se conquistasse o ouro. Ganhei, então estou mais aliviado", brincou o campeão olímpico.

O esporte é um dos mais importantes para o país asiático. A performance em Pequim, porém, deixou a desejar se comparado com a de Atenas-2004, em que conquistou oito ouros. Mas, se comparado com o Mundial de 2007, em que o país asiático só foi o melhor da competição graças a dois títulos no absoluto, os resultados na China foram bons.

Os japoneses que conquistaram o ouro foram Ayumi Tanimoto (meio-médio, 63 kg), Masae Ueno (médio, 70 kg) e Masato Uchishiba (meio-leve, 66 kg). Pela China, ouros apenas no feminino: Xiuli Yang (meio-pesado, 78 kg) e Dongmei Xian (meio-leve, 52 kg).

Tirando os dois países, nenhum outro país conquistou mais de uma medalha de ouro. Nem mesmo a França, o segundo colocado no quadro de medalhas geral do judô. Os melhores resultados dos gigantes europeus foram o vice-campeonato de Lucie Dacosse (meio-médio, 63 kg) e Benjamin Darbelet (meio-leve, 66 kg).

Teddy Riner, campeão mundial e grande favorito entre os pesados, por exemplo, foi apenas bronze. "Para a primeira vez está bom", disse o jovem judoca, de 19 anos. A prata dos pesados foi para Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, e o outro bronze para Oscar Brayson, de Cuba. Entre as mulheres, a prata dos pesados foi para a japonesa Maki Tsukada e os bronzes para Lucija Polavder, da Eslovênia, e Idalys Ortiz, de Cuba.

"O judô está mudando. A Rússia, que é uma potência, não conquistou nenhuma medalha. Essa edição dos Jogos Olímpicos foi muito disputada e o fato de só China e Japão terem conquistado mais de uma medalha prova isso", afirma Ney Wilson, coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô, respondendo sobre a frustração do país não ter conquistado nenhum ouro, apesar de seus três campeões mundiais (João Derly, Tiago Camilo e Luciano Corrêa).

Citada pelo brasileiro, a Rússia deve mudar seus planos. O técnico Sergei Tabakov, por exemplo, já admite deixar o cargo. "Estou pronto para conversar com a Federação Russa e talvez eles não me queiram mais como técnico da equipe. Não estou com medo", afirmou o treinador, que botou a culpa do fracasso na idade do time. "Tínhamos apenas judocas em sua primeira Olimpíada. Só (Tamerlan) Tmenov era veterano", justificou.

Compartilhe: