UOL Olimpíadas 2008 Notícias

15/08/2008 - 16h01

Brasil despreza idéia de vingança e foca batalha física com Camarões

Bruno Freitas
Em Shenyang (China)
Sem deixar se contagiar por qualquer motivação revanchista em relação à derrota nos Jogos de 2000, o Brasil encara Camarões neste sábado, às 7h (horário de Brasília), no estádio Olímpico de Shenyang, no primeiro jogo eliminatório nas Olimpíadas de Pequim, em que uma eventual derrota representa a passagem de volta para casa antes de qualquer chance de medalha.

A VINGANÇA DE UM HOMEM SÓ
EFE
A partida deste sábado nas Olimpíadas de Pequim terá apenas dois personagens que testemunharam do campo a dramática eliminação brasileira diante de Camarões nos Jogos de Sydney, em 2000. Pelo lado sul-americano, Ronaldinho Gaúcho, símbolo da frustração da equipe então dirigida por Vanderlei Luxemburgo.

"Não existe vingança. É uma grande coincidência, por ser a mesma seleção. Mas claro que existe uma motivação especial nesse jogo", comentou o camisa 10, que marcou de falta o gol do Brasil na derrota por 2 a 1 há oito anos.

Pelo lado camaronês, o técnico Martin Ndtoungou desempenhava a função de auxiliar em Sydney, na histórica conquista olímpica de sua seleção. "Foi inacreditável. Ganhamos na prorrogação com dois homens a menos. Tudo parou em nosso país", recorda o treinador.
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Garotos à época do fracasso brasileiro contra os camaroneses na participação olímpica anterior a Pequim, os jogadores da seleção brasileira descartaram levar ao confronto deste sábado nas quartas-de-final o sentimento de vingança por Sydney-2000.

O foco dos comandados de Dunga está em um esperado embate físico contra Camarões, que pautou com vigor e algum excesso de força sua classificação na primeira fase do torneio masculino de futebol.

"Temos uma lembrança amarga de 2000, mas isso é passado. Agora somos nós que estamos aqui. Vamos enfrentar um adversário de porte físico avantajado. É nisso que estamos concentrados", diz o zagueiro Alex Silva, que deve voltar à equipe titular neste sábado, após ser preservado no último jogo da primeira fase, por estar 'pendurado' com um cartão amarelo.

Na verdade, a superioridade física de Camarões, decantada nos últimos dias como chave do jogo deste sábado, é pequena na teoria. Seis jogadores africanos que devem começar a partida têm 1,80 m ou mais. No Brasil, esse número é de cinco atletas.

Mesmo assim, os camaroneses também apresentam leitura do jogo contra o Brasil baseada essencialmente no aspecto físico.

"Acho que o Brasil joga mais tecnicamente. Nós jogamos mais fisicamente, somos mais fortes. Acho que isso pode ser importante", afirmou o atacante Serge Ngal, que joga no União Leiria, de Portugal, e se comunica com desenvoltura em português. "Vou marcar dois gols contra os brasileiros. Um não é o suficiente", emendou o mesmo camaronês, em tom de provocação aos favoritos das quartas-de-final.

Do lado brasileiro, a expectativa é de que os jogadores poupados contra a China, em razão de cartão amarelo, voltem à equipe. São os casos de Alex Silva, Anderson e Hernanes. No entanto, ausência nos dois primeiros compromissos, Thiago Silva deve ser mantido na zaga, com a esperada saída de Breno.

Camarões, por sua vez, terá um desfalque para o choque com os brasileiros em Shenyang. Geroges Mandjeck foi expulso na partida anterior contra a Itália, na primeira fase, e está suspenso do jogo de quartas-de-final.

O vencedor do duelo entre Brasil e Camarões irá enfrentar o ganhador do confronto entre Argentina e Holanda na semifinal, em compromisso agendado para a terça-feira, no estádio dos Trabalhadores, em Pequim.

Data: 16/08/2008 (sábado)
Hora: 7h (horário de Brasília)
Local: estádio Olímpico de Shenyang (China)
Arbitragem: Damir Skomina (SLO)
Auxiliares: Primoz Ahar e Michael Hester (SLO)

Brasil
Renan; Rafinha, Thiago Silva, Alex Silva, Marcelo; Lucas, Hernanes, Anderson, Diego; Ronaldinho e Alexandre Pato
Técnico: Dunga

Camarões
Tignyemb; Ghomsi, Bikey, Song, Mbia; Olle, Bekamenga, Bebey, Nkoulou; Chedjou e Ngal
Técnico: Martin Ndtoungou

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