No duelo mais aguardado da primeira fase do basquete masculino dos Jogos Olímpicos, os Estados Unidos irão colocar a sua nova filosofia à prova no mais duro teste até aqui na competição. Às 11h15 deste sábado (horário de Brasília), os norte-americanos irão encarar o forte grupo da Espanha, atual campeão mundial e invicto, pela terceira rodada do grupo B.

Os seguidos tropeços das últimas seleções dos EUA (sexto lugar no Mundial-2002, terceiro nos Jogos Olímpicos de 2004 e terceiro lugar no Mundial-2006) levaram a USA Basketball a exigir a formação de um projeto olímpico para os Jogos de Pequim-2008.

Houve uma pré-seleção de mais de 30 atletas, que teriam de passar necessariamente por treinos e competições nos dois anos de intervalo entre o Mundial e a Olimpíada. Tudo isso para conquistar o ouro olímpico, pois qualquer resultado que não seja esse será considerado um fracasso.

E após três vitórias consecutivas (China, Angola e Grécia), os norte-americanos irão enfrentar o teste mais difícil, pois a equipe espanhola é uma das principais favoritas ao ouro olímpico.

O time é liderado pelo ala-pivô Pau Gasol, mas não é isso que o caracteriza: os espanhóis têm um forte jogo de equipe e uma defesa agressiva. Além disso, o fato de marcar zona e cadenciar o jogo imprime sérias dificuldades aos norte-americanos, notoriamente conhecidos pela individualidade e pelo jogo de transição.

Ao contrário de alguns dos adversários em Pequim, a Espanha tem no banco uma arma. Dos 12 jogadores, nove já passaram ou ainda estão na NBA, ou seja, já sabem como os norte-americanos jogam. E os que não estão na liga são integrantes dos times da elite do basquete europeu.

O armador José Calderón traduziu a expectativa dos espanhóis para o duelo. "Vamos fazer o nosso jogo. Não vamos mudar nada porque enfrentaremos os Estados Unidos. Nos prepararemos para eles como para qualquer outra equipe", afirmou, despistando.

Um problema que os Estados Unidos precisarão resolver para vencer a Espanha é no aproveitamento dos lances livres e dos arremessos de três pontos.

O quinteto norte-americano tem até aqui o pior índice nos três pontos dos 12 times que estão nos Jogos. Kobe Bryant acertou apenas três das vinte bolas que chutou. Para complicar, apenas o ala-armador Michael Redd é um especialista neste quesito.

Mas o ala LeBron James prefere não pensar nisso. Após o duelo contra a Grécia, em que marcou 17 pontos, o jogador do Cleveland Cavaliers disse que encara cada jogo como uma decisão.

"Jogamos cada jogo como se fosse o último. Queremos dar o máximo contra cada oponente. É uma oportunidade de mostrar o quão bom nós somos", declarou.

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