UOL Olimpíadas 2008 Notícias

13/08/2008 - 09h31

Judoca Eduardo Santos deixa Pequim reclamando da arbitragem

Bruno Doro
Em Pequim (China)
O brasileiro Eduardo Santos foi derrotado na repescagem da chave dos médios (90 kg) e deixou as Olimpíadas de Pequim insatisfeito com a arbitragem. Ele foi eliminado pelo suíço Serguei Aschwanden a uma luta da medalha de bronze, em uma decisão no hantei (bandeiras), após cinco minutos do tempo regular e mais cinco do golden score.

Flávio Florido/UOL
Eduardo Santos perdeu a vaga na decisão pela medalha de bronze na bandeira
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"No meu ponto de vista, fui um pouco prejudicado. Não tive competência para jogar meu adversário por ippon, mas nas duas lutas que foram decididas por pontuações menores, eu achei que poderia ter levado", afirmou Santos, pouco antes de ir para o exame antidoping.

Na luta contra Aschwaden, durante o golden score, em que quem pontuar primeiro vence o combate, Eduardo chegou perto de jogar seu adversário no chão por três vezes, enquanto o suíço quase aplicou dois golpes no brasileiro. No final do combate, os juízes chegaram a dar a vitória a Aschwaden por punição, mas a mesa fez a decisão ser revertida. Sem concordar com a reversão, os juízes esperaram o fim do combate para dar a vitória ao europeu.

"Eu não entendi aquela punição. Em uma luta tão equilibrada, os juízes não podem tirar do nada uma punição que vai decidir o resultado. Os três (juízes, o central e os laterais) concordaram com a punição, mas a mesa não. Foi o juiz da mesa que tirou o shido. Mas isso mostrou que os três que estavam lá dentro não estavam achando que eu estava lutando bem. Se fosse o juiz da mesa, acho que o resultado seria diferente", esbravejou o judoca paulista.

Na primeira derrota de Santos ele já tinha encontrado problemas. Contra o francês Matthieu Dafreville, Santos aplicou um golpe e recebeu um yuko, mas o ponto foi cancelado. "Não concordei. Quando tiraram o ponto, eu estava atrás e tive de abrir, ir para cima. Só que isso me desgastou. Até empatei, mas por isso fiquei cansado e precisava descansar. Quando eu dei uma respirada, ele me pegou", explica Eduardo.

Novato em seleções brasileiras, o judoca acha que o fato de não ser conhecido e lutar contra favoritos foi prejudicial. "Estou chegando agora, essa é minha primeira Olimpíada e não tenho muita experiência. No circuito europeu, aprendi como funcionava a arbitragem internacional, mas essa foi a primeira vez que fiquei nessa situação de enfrentar uma série de favoritos".

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