A medalha não é aquela inicialmente esperada, mas Tiago Camilo permanece com chances de conquistar o bronze olímpico. De volta ao tatame após ser derrotado nas quartas-de-final, o campeão mundial venceu o norte-americano Travis Stevens e chegou à final da repescagem. Com isso, ele precisa vencer mais duas lutas para ficar em terceiro lugar.

O adversário de Camilo, Stevens, ficou mais conhecido ao público brasileiro quando enfrentou Flávio Canto nos Jogos Pan-Americanos do ano passado e quebrou o braço direito do medalhista de bronze de Atenas-04. Mais tarde, ele faturou primeiro lugar no campeonato.

Mas desta vez o norte-americano não foi páreo diante de um judoca do Brasil. Tiago manteve melhor pegada e postura, suficientes para forçar duas punições a Stevens e depois conquistar mais um koka. Apesar disso, ele não evitou queda por yuko, que deixou a luta mais acirrada.

No fim, falou mais alto a experiência do paulista, que segurou o resultado até o fim. Visivelmente abatido pela derrota na luta anterior, ele deixou o tatame com a cara fechada.

Agora, Camilo luta contra o britânico Euan Burton no próximo combate. Se vencer, ele espera pelo perdedor da semifinal entre o sul-coreano Jae Bum Kim e o holandês Guillaume Elmont para o duelo final pela medalha de bronze.

Tiago Camilo mostrava excelente forma até sua terceira luta. O brasileiro derrotou o japonês Takashi Ono no primeiro confronto por waza-ari e depois venceu o iraniano Hamed Malek por ippon. A queda, no entanto, veio logo em seguida contra o alemão Ole Bischof, que já havia sido derrotado por Camilo na Copa do Mundo de Hamburgo de 2004.

Bischof, campeão europeu em 2005 e dono de dez medalhas em Copas do Mundo, comemorou muito o resultado. "Nos Jogos Olímpicos, você pode perder para qualquer um. Eu não tenho um objetivo fixado aqui. Mas essa vitória foi incrível. Estou em forma", afirmou após vencer o brasileiro.

Tiago Camilo era considerado um dos principais favoritos ao ouro em Pequim após ter em 2007 um ano repleto de conquistas, quando faturou os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial, ambos no Rio de Janeiro. O judoca ainda foi eleito o melhor atleta da segunda competição após vencer sete lutas por ippon.

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