Atrás das grades de seus prédios, os vizinhos do Parque Olímpico puderam acompanhar só a queima de fogos no céu da noite pequinesa. "Estamos presos aqui desde as 18h e não falaram quando poderemos sair para a rua", queixava-se a russa Nadia Lanova, que mora em Pequim há dois anos.
Duas horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos, a polícia fez toque de recolher nas redondezas do Ninho de Pássaro, o estádio Olímpico.
"Eles falaram para a gente assistir aos fogos pela TV e não tentar sair", contou a britânica Kelly McLoken, também moradora de prédio na rua Datun, via tranqüila até decidirem que o Parque Olímpico construído logo lado.
No térreo e estacionamento dos prédios, os vizinhos se concentravam para o foguetório que saia do estádio. Crianças brincavam, velhos se abanavam do calor com leques e os adultos conversam entre uma bateria e outra da pirotecnia olímpica.
Ninguém podia circular pelas ruas próximas que não tivesse a credencial oficial distribuída pela organização dos Jogos. As barreiras de segurança se avolumavam e a cada quarteirão havia um controle.
Batalhões de voluntários checavam a documentação e barravam qualquer tentativa de aproximação do estádio Olímpico para quem não tinha o convite de entrada. Por isso, o jeito para os vizinhos era se acostumar com o confinamento policial.