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07/08/2008 - 15h01

No Brasil até 2012, Saladino chegou até Nélio quase por acaso

Bruno Doro
Em Macau (China)
Em 2004, quando Irving Saladino decidiu deixar o Panamá para evoluir como saltador. Seu destino era São Paulo, mas ele não sabia com quem ia treinar. Foi atrás de um tal de Cornélio, que seria o encarregado do centro de treinamento internacional para a América do Sul no Ibirapuera.

A ESPERANÇA DE UM PAÍS
Flávio Florido/UOL
Saladino ouve música antes de iniciar o aquecimento em mais um dia de treinos
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Panamenho alonga perna direita e se prepara para começar os treinos técnicos
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Após o aquecimento, Saladino parte para a caixa de areia para fazer o que mais gosta
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Nélio Moura, e não Cornélio, então, apareceu em sua vida. E o brasileiro continuará ligado ao panamenho nos próximos anos, pelo menos até 2012, quando Saladino promete se aposentar e voltar para casa.

"Quando cheguei ao Brasil, conheci a Keila e perguntei sobre um técnico que nem mesmo sabia o nome. Achava que era outro nome, não Nélio", diz o saltador. "Agora, quero ficar em São Paulo até 2012. Depois das Olimpíadas de Londres, acho que está na hora de parar", completa.

A ascensão de Saladino em estrela do atletismo internacional foi calcada na pista de atletismo do Ibirapuera. Sob o olhar atento de Nélio e sua mulher Tânia, também técnica, ele chegou a saltar 8,73 m nesta temporada, o décimo melhor salto da história.

"O que fez dele o que ele é hoje foi uma combinação de fatores. Não tem nenhuma diferença de treinamento. Ele simplesmente teve a oportunidade de, logo que chegou, conviver em um grupo de saltadores já estabelecido. E aos poucos foi melhorando sua marca e vimos nele características que todo atleta de grande rendimento tem", conta Nélio.

Com 27 centímetros de folga sobre seu rival mais próximo (o cubano Ibrahim Carmejo, com 8,46), Saladino aproveita para esbanjar confiança em seu período de aclimatação à China, feito junto com a equipe brasileira. "Eu só penso na vitória. Agora mesmo estou visualizando vencer logo no primeiro salto". Até mesmo a festa no Panamá já está na cabeça. "Ninguém vai trabalhar nesse dia".

Um detalhe: maior atleta do Panamá, ele foi escolhido para carregar a bandeira do país na cerimônia de abertura. Recusou o convite para continuar em Macau, treinando com Nélio.

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