UOL Olimpíadas 2008 Notícias

05/08/2008 - 18h05

Atletas do Brasil reclamam por perder a cerimônia de abertura

Bruno Doro
Em Macau (China)
A delegação brasileira de atletismo vai ter de ver a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, na próxima sexta-feira, pela TV. O time está em Macau para o período de aclimatação e a viagem para a capital chinesa está marcada apenas para o dia 10 de agosto, dois dias depois da festa.

Andy Wong/AP Photo
Atletismo brasileiro, treinando em Macau, não participará da abertura dos Jogos
FOTOS DO ATLETISMO EM MACAU
O ATLETISMO NAS OLIMPÍADAS
LEIA O BLOG DOS ENVIADOS
O CALENDÁRIO DO ATLETISMO
O fato desagradou a maioria dos atletas, principalmente os que partem para sua primeira participação nas Olimpíadas. "Estou um pouco frustrada. Queria dar um tchau para minha família de lá, mas não vai dar. Vou ter que assistir pela TV também", lamenta Thaíssa Presti, do time do revezamento 4x100 m.

"Não preciso esconder que estou triste. Qualquer pessoa no meu lugar estaria. É um momento épico, mas aprendi nessa vida de atleta que é preciso fazer muitos sacrifícios. Sacrifícios muito além do que esperava para poder estar aqui. E esse é um deles", diz Sandro Viana, dos 200 m e do 4x100 m, estreante olímpico aos 31 anos.

Até mesmo quem está indo para sua segunda Olimpíada lamenta não estar presente. Lucimar Moura, dos 100 m e do revezamento 4x100 m, esteve em Atenas-2004 e também não desfilou no primeiro dia dos Jogos. "Mas no encerramento, compensamos. O Vanderlei (Cordeiro, maratonista) tinha acabado de ganhar a medalha, o pessoal do vôlei tinha sido campeão. Foi bem legal", lembra a velocista.

Hoje técnico, o ex-velocista Katsuhiko Nakaya conta que as duas cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos que disputou, em Moscou-1980 e Los Angeles-1984 ainda são as memórias mais fortes. "Participar da cerimônia de abertura é o sonho de todo o atleta. E é sempre marcante. Em Moscou, todo mundo que assistiu ainda lembra da lágrima do ursinho no painel humano", fala o treinador.

Nem todos, porém, estão insatisfeitos. Hudson de Souza, dos 1500 m, já experimentou a cerimônia de abertura em Sydney-2000 e não quer repetir a experiência. "Foi muito cansativo. Ficamos umas quatro, cinco horas. Eu prefiro não participar. É até melhor ficar repousando".

Compartilhe: