O espanhol José Luis Gómez, juiz de atletismo durante 30 anos, iniciou uma campanha para que a corredora eslovena Merlene Ottey participe de sua oitava Olimpíada, mesmo não tendo alcançado o índice necessário para a competição em Pequim.

"Se um nadador que quase se afogou já participou dos Jogos, porque uma atleta com o histórico de Merlene Ottey não pode? O COI deveria dar a ela um wild card (convite que um atleta recebe dos organizadores para disputar um torneio, mesmo sem ter ranking suficiente para participar)", disse Gómez, se referindo ao nadador de Guiné Equatorial, Eric Moussambini, que quase não conseguiu completar a prova dos 100 m livre em Sidney-2000.

Ottey, jamaicana naturalizada eslovena, de 48 anos, tem em seu currículo oito medalhas olímpicas - três de prata e cinco de bronze - conquistadas em provas de 100 m e 200 m livre do atletismo. Para Pequim-2008, a corredora não atingiu o índice mínimo exigido para os Jogos, 11s32 nos 100 m.

Nas provas de qualificação d Eslovênia para as Olimpíadas, realizadas há duas semanas em Maribor, Ottey ficou a apenas 28 centésimos da marca limite para a classificação. A atleta pode, inclusive, ganhar uma nona medalha, já que a comissão executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) ainda irá se pronunciar sobre a distribuição das cinco medalhas obtidas por Marion Jones em Sidney.

Jones foi pega por doping naquela edição dos Jogos, e Merlene Ottey, quarta colocada na prova dos 100 m, pode herdar mais uma medalha de bronze para sua galeria. Entre seus feitos, a eslovena ainda detém o recorde mundial nos 200 m, obtido na cidade francesa de Liévin em 1993, com a marca de 21s87.

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