A revelação do caso de doping envolvendo o armador esquerdo Jaqson escancarou um outro problema na seleção brasileira masculina de handebol: a falta de atletas para treinar.

Nos últimos dias, o time não pôde contar integralmente com três jogadores: o armador central Bruno Santana, o armador esquerdo Gustavo Cardoso, o Japa, e o ponta direita Renato Tupan, todos machucados.

Jaqson descobriu que havia sido flagrado no exame antidoping no dia 26 de julho, durante a aclimatação brasileira no Japão. O jogador, então, pediu para ser desligado da equipe, retornando em seguida ao Brasil.

"Como atleta a gente sente a dificuldade de treinar com um jogador a menos. Para a gente é muito ruim que tenha acontecido desta forma. A gente tem dois jogadores lesionados e isso atrapalha muito o desenvolvimento do treino", reclamou o armador esquerdo Bruno Souza, principal estrela do time, referido-se a Bruno Santana e Tupan.

"A gente teve que dividir as funções do Jaqson. Acabou sobrecarregando os outros atletas. Mas o Alê já está chegando para completar o grupo", explicou Tupan.

A convocação de Alexandre para a seleção gerou uma série de desmentidos em Pequim. A Confederação Brasileira de Handebol (CBHd) afirmou que o atleta entrou na vaga de Jaqson, mas o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) disse que o armador esquerdo nunca esteve na lista de inscritos para Pequim.

Questionado pelos repórteres que acompanharam o treino desta terça-feira da seleção em Pequim, o auxiliar técnico da seleção brasileira, Washington Nunes, primeiramente disse que a comissão técnica só havia recebido a notícia do doping nas últimas horas. Depois, mudou a versão.

"Tecnicamente falando, eu queria o Alexandre no dia seguinte, mas ele não está aqui. O motivo que ele não chegou até agora eu passei para o presidente da confederação", disse. "Essas coisas demoram. Cada atleta tem que receber um enxoval do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) antes de vir para cá, por exemplo", completou.

Segundo o COB, Alexandre foi incluído na equipe em substituição ao armador esquerdo Gustavo Cardoso, o Japa.

O médico da seleção de handebol, Gustavo Rocha Santos, confirma a versão do COB. "O Japa teve uma luxação no punho esquerdo na fase de preparação da equipe e teve que ser operado com urgência. A reabilitação pós-operatória era imprevisível. Vimos agora que ele não tinha condições e tivemos que trocar. O Alexandre estava de prontidão e foi chamado."

Nesta terça-feira, nem o presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHd), Manoel Luiz Oliveira, nem o técnico da equipe, o espanhol Jordi Ribera, estavam em Pequim para comentar o assunto.

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