Menos de um ano depois da derrota na final da Copa do Mundo para a Alemanha, a seleção feminina do Brasil tem a chance de derrubar o trauma do doído revés nesta quarta-feira, na estréia do torneio olímpico dos Jogos de Pequim, exatamente contra as mesmas adversárias e no mesmo país.
A seleção que encantou o mundo no Mundial, acabou batida na decisão por 2 a 0, em 30 de setembro de 2007, em Xangai. Agora, o encontro com as alemãs acontece em Shenyang, no jogo de abertura do grupo F dos Jogos de Pequim (que também conta com Nigéria e Coréia do Norte).
Durante os dias finais de preparação da equipe na China, as jogadoras da seleção presentes no Mundial do último ano não esconderam que o sentimento de revanche é a principal motivação para o duelo contra a seleção da atacante Brigit Prinz.
"Quando souberam que a estréia seria contra a Alemanha, as jogadoras comemoraram", revela Paulo Dutra, coordenador da delegação brasileira na China.
"Foi a vitória da eficiência contra o talento. Dói muito pensar naquela derrota. Mas sabemos onde erramos. O principal ponto é a finalização. Não vamos deixar isso acontecer de novo", diz a lateral-esquerda Rosana.
Nos dias que antecederam a estréia olímpica, as jogadoras da seleção tiveram que passar pelo 'sacrifício' de rever a derrota por 2 a 0 para as alemãs no Mundial de 2007, em experiência que muitas atletas do time brasileiro haviam evitado nos últimos meses.
"Vai ser a primeira vez que verei o jogo. Nunca tive coragem de assistir ao vídeo. Dá muita raiva, principalmente pelo número de chances que perdemos no jogo", declarou a estrela Marta, que desperdiçou um pênalti na final contra as alemãs em 2007.
O técnico Jorge Barcellos descarta a conotação de final antecipada do confronto entre Brasil e Alemanha e diz que o choque precoce nos Jogos traz apreensão também para as atuais campeãs mundiais.
"Com certeza a mesma preocupação que temos com a Alemanha, a Alemanha tem com o Brasil. Nunca é bom começar com um resultado negativo, e vamos lutar para que isso não aconteça", diz o treinador.
Na estréia, o Brasil vai a campo com praticamente a mesma equipe que encerrou a fase de preparação e amistosos, com última etapa na Suécia. No lado das alemãs, favoritas ao ouro em Pequim, a preocupação é com a ofensividade das brasileiras. Segundo a lateral Linda Bresonik, a prioridade será a marcação sobre a dupla Marta e Cristiane.
Data: 06/08/2008 (quarta-feira)
Horário: 6h (horário de Brasília)
Local: estádio Olímpico de Shenyang (China)
Arbitragem: Kari Seitz (EUA)
Auxiliares: Marlene Duffy e Verônica Perez (EUA)
BrasilAndréia; Simone, Andréia Rosa, Tânia Maranhão, Maycon; Renata Costa, Daniela, Formiga, Marta; Ester e Cristiane
Técnico: Jorge Barcelos
AlemanhaAngerer; Stegemann, Bartusiak, Peter, Bresonik; Krahm, Behringer, Smisek, Lingor; Prinz e Mittag
Técnico: Silvia Neid