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03/08/2008 - 14h21

Nalbert diz que o seu corte 'foi quase uma sensação de morte'

Do UOL Esporte
Em São Paulo
Após 24 dias longe de tudo e sem falar com a imprensa, o jogador Nalbert finalmente falou sobre o seu corte da seleção brasileira de vôlei, que o deixou fora daquela que seria a sua quarta Olimpíada. Em entrevista ao diário esportivo Lance, o atleta disse que "foi quase uma sensação de morte. Fim de um sonho". Mas, apesar da decepção, Nalbert afirmou não guardar mágoa do técnico Bernardinho, porém, salientou que até agora não entendeu o motivo do corte.

"Depois que o pessoal foi embora da sala eu fiquei ali mais de uma hora tentando entender, mas não consegui. Foi um golpe duro, ainda mais de surpresa. Que avaliação dava para ser feita pelo tempo em que eu estava ali? Eu fiquei uns três ou quatro dias chateado. Se você me perguntar os motivos, eu realmente não sei", disse Nalbert, que afirmou que soube do corte em uma reunião com a presença dos outros atletas.

Apesar de dizer que não guarda mágoa do treinador Bernardinho, o jogador afirma que ainda vai querer saber o que o levou a tomar esta decisão. "Eu vou perguntar numa boa, sem entrar em polêmica, pois nunca tive problema com Bernardo", disse.

"Se eu estivesse mal, tudo bem. Eu seria o primeiro a pedir para sair. Mas não foi isso o que aconteceu, por isso foi tão difícil. Eu perdi o chão, fiquei sem rumo. Mal comparando, foi uma sensação de quase morte. Foi a morte de um sonho que acabou de uma hora para outra", completou.

Nalbert falou ainda sobre a sua despedida "emocionante" e destacou algo que lhe chamou a atenção: a atitude de Gustavo. "Ele nem é muito de falar, mas se emocionou e chorou. Eu nunca o tinha visto chorando antes. Mas naquele momento ele só queria me abraçar", disse.

Para Nalbert, a atitude ocorreu porque quando ele voltou da praia Gustavo foi um dos que questionaram se o atleta voltaria bem ou se estava ali só por causa do nome. "São coisas normais e ele, como um dos pilares do grupo, questionou isso corretamente com o próprio Bernardo", afirmou.

Após o quarto lugar na última edição da Liga Mundial, muito se questiona sobre as chances de medalha do Brasil em Pequim. No entanto, para Nalbert, não há o que questionar.

"Acredito no ouro. Conheço bem esse time e tenho certeza de que eles vão reagir. São homens de gana, de moral e jogadores excepcionais. Se eles não ganharem o ouro será por circunstâncias do jogo e não por outro motivo. Eles estão mordidos e vai ser muito difícil ganhar do Brasil", afirmou Nalbert.

Fora da seleção, Nalbert ainda não decidiu quais serão os seu próximos passos na carreira. O campeão olímpico de 2004, em Atenas, na Grécia, não descarta nem mesmo a possibilidade de uma volta às praias.

"O certo é que eu quero continuar jogando. Mas só vou assinar com algum clube e ficar longe de casa em um esquema bem redondo. Essa condição não pintou ainda e tenho de me manter. E será na praia. Não sei se para voltar definitivamente, mas quem sabe, se eu estiver bem, não possa jogar um torneio? Vamos ver", finalizou.

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