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02/08/2008 - 09h05

Após vencer Vietnã, seleção brasileira ressalta resultado

Paulo Cobos
Da Folhapress
Em Hanói (Vietnã)
Novos no futebol, eles já têm na ponta na língua a teoria de que nesse esporte o que importa é vencer, não dar espetáculo.

Após uma sonolenta vitória por 2 a 0, no último teste antes da estréia na Olimpíada, sobre o fraco Vietnã, o número 124 do ranking da Fifa, alguns dos jogadores mais talentosos da seleção masculina exaltaram o triunfo e relevaram o futebol ruim. O mais enfático foi o volante Anderson, um dos líderes do time e com fama de técnico.

"No Brasil, se vive muito de show, mas a maioria dos jogadores que atuam na Europa sabe que no futebol se vive de vitorias, não de show. Ninguém lembra do segundo [colocado]", disse o ex-gremista, dando como exemplo o jogo de ontem e também a vitória de seu clube, o Manchester United, na final da última Copa dos Campeões.

"O Manchester ganhou. Ninguém lembra do Chelsea, que jogou bem a decisão, mas foi o vice", disse Anderson.

Ele não está sozinho na exaltação à vitória no lugar do espetáculo. Autor do primeiro gol ontem, logo aos 5min, depois de passe de Ronaldinho, mas de resto novamente mal (acabou substituído), Alexandre Pato foi ríspido quando questionado sobre sua atuação. "Saio contente porque a seleção saiu vitoriosa", disse.

O volante Lucas até reconheceu a importância de ganhar e jogar bem. Mas disse que o segundo item não é prioridade. "Primeiro precisa vencer. O espetáculo a gente pode deixar para uma segunda parte", falou o volante do Liverpool.

Dunga foi até mais econômico do que seus jogadores ao comentar o desempenho contra o Vietnã, mas lembrou que, na sua opinião, o que segura técnico na seleção são vitórias. "Na seleção brasileira o que vale é o resultado, então, se você perde, realmente aumenta a pressão."

Nesta sexta-feira, no clima quente e úmido de Hanói, a seleção sumiu depois de abrir o placar. O resto do primeiro tempo foi sonífero. Pior ainda aconteceu no início do segundo tempo. O rival, que nem passou pela fase inicial das eliminatórias asiáticas para o Mundial de 2010, até chutou bola na trave e exigiu defesas difíceis de Renan.

Com o agasalho da seleção, Dunga gritava na beira do gramado com os jogadores após cada erro de passe - e foram vários, boa parte deles com os laterais Rafinha e Marcelo.

A situação só melhorou um pouco quando Thiago Neves e Jô entraram nas vagas de, respectivamente, Diego e Pato. O jogador do Fluminense marcou o segundo gol, aos 36min, em belo chute de fora da área, e o ex-corintiano fez um gol anulado pelo juiz.

Apesar disso, Dunga deixou claro que na estréia na Olimpíada, contra a Bélgica, no próximo dia 7, ele deverá usar o time que jogou contra Cingapura - o zagueiro Alex Silva, suspenso, não atuou. "Seria uma incoerência colocar um time para jogar e chegar na hora e mudar tudo", afirmou.

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