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31/07/2008 - 10h55

Nutricionista deixa judocas 'cheios de apetite' para Pequim

Do UOL Esporte
Em São Paulo
A nutricionista Roberta Lima, que acompanha a seleção brasileira de judô desde 2003, está no Japão participando da aclimatação junto com os 13 judocas que irão competir em Pequim. A presença de uma nutricionista na delegação de judô tranqüiliza atletas e confederação, que se preocupam com a alimentação dos atletas às vésperas das Olimpíadas.

EFE/Isabel Conde
Judocas estão tranquilos com sua alimentação e se concentram em treino.
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"A Roberta tem sido fundamental. A culinária japonesa é um pouco pobre de opções e nutrientes, coisa que para mim que sou peso pesado e perco peso facilmente não é bom. Isso influência no meu desempenho nos treinos", comenta o grandalhão João Gabriel Schlittler, que se esforça para superar a barreira dos 110kg comendo cerca de nove mil calorias por dia.

A carioca, que também os acompanhará em Pequim, possui um objetivo claro: manter os atletas com a energia em alta para os combates olímpicos. A luta começa na balança, já que há peso máximo para cada uma das categorias em disputa.

"Os atletas já sabem que o que mais importa não é bater o peso, e sim de que forma ele está chegando naquele peso. Não interessa estar no peso e estar desidratado, sem reservas energéticas. Ele vai lutar, mas não vai render. E em atletas deste nível, qualquer detalhe faz a diferença", ensina a nutricionista.

"O trabalho tem sido duro. São duas batalhas por dia: o almoço e o jantar. O café da manhã é tranqüilo, pois compro a comida direto no mercado. Mas as grandes refeições eu tenho que negociar com os japoneses e aí vêm as dificuldades! Eles são muito tradicionais e não aceitam bem a mudança do cardápio, tudo tem que ser falado com jeito, e como a culinária japonesa é muito diferente da nossa, são várias mudanças, claro", diz a nutricionista, que não se preocupa apenas com os mais magrinhos da equipe.

"Os japoneses servem porções muito pequenas, principalmente se pensarmos nos nossos pesos pesados. Por conta disto tenho que ficar de olho na suplementação, quando falta alguma coisa, seja proteína, seja carboidrato", completa Roberta.

Na Vila Olímpica, em Pequim, a nutricionista terá trabalho semelhante ao que está tendo no Japão. Porém, com uma preocupação um pouco maior, já que a oferta gastronômica é muito alta na zona residencial dos atletas.

"Pequim é outro grande desafio. O desfio começa por eu ser a primeira nutricionista numa delegação olímpica. Assim, não tenho de quem buscar experiência. O segundo desafio é o mundo de tentações que envolve uma Vila. Consegui, junto ao COB, o cardápio de todos os restaurantes e de todos os dias lá dentro. A intenção é passar este cardápio para cada atleta, indicando as melhores e piores opções com objetivo de eles conhecerem o que vão comer antes de ir para o refeitório. Com isso eles não vão perder tempo escolhendo o alimento e como já vão focados no que vão comer fica mais difícil de cair em tentação", ensina Roberta.

É por esta preocupação e dedicação que o ligeiro Denílson Lourenço vê na nutricionista uma aliada na luta com a balança. Seu peso de competição é 60 kg, mas, até Pequim, todos estão autorizados a treinar com, no máximo, 3% acima do peso de sua categoria.

"Roberta me passa bastante segurança. Mesmo sabendo que, no meu caso, não há muito o que fazer para a situação ser confortável", diz, sem perder o bom humor.

Apesar dos problemas que enfrentará em Pequim, a carioca está confiante com o desempenho dos atletas na competição. "Tenho certeza que serei recompensada com medalhas!", finaliza.

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