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31/07/2008 - 09h05

Seleção feminina de futebol tem melhor preparação para Pequim

Paulo Cobos
Em Hanói (VIE)
Da Folhapress
Em duas Olimpíadas, Atlanta-1996 e Sydney-2000, o Brasil disputou o torneio de futebol com homens e mulheres.

Em ambas as ocasiões, era o time feminino que sofria com preparação precária, enquanto os homens esbanjavam luxo e favoritismo. Tudo muito diferente do que ocorre na reta final da preparação para Pequim.

A seleção nacional das mulheres fez nove partidas nos últimos quatro meses. O time olímpico masculino, só duas. A seleção do técnico Jorge Barcellos fez amistosos preparatórios contra rivais de elite, como EUA, Austrália, Canadá e clubes de primeira linha da Europa. A equipe de Dunga jogou contra um combinado do Rio e Cingapura, 127ª no ranking da Fifa. Na sexta pega, em Hanói, o Vietnã, 124º da mesma lista.

É verdade que Marta e Cristiane ainda não haviam se apresentado, mas o time das mulheres treinou por semanas em Teresópolis antes dos Jogos de Pequim. Os homens só se reuniram na Ásia a duas semanas da estréia na Olimpíada.

Entrosamento é o que sobra para a seleção feminina. O time que vai disputar a Olimpíada é praticamente o mesmo que foi vice-campeão mundial no ano passado, também na China.

Dunga, por seu lado, chamou atletas que nunca haviam atuado juntos, como os zagueiros Alex Silva e Thiago Silva. "Mais treinos e jogos amistosos antes da Olimpíada serão importantes", afirmou o atacante Alexandre Pato.

Até na atual fase de seus maiores astros, brasileiros e brasileiras do futebol em Pequim são diferentes - e com vantagem para as mulheres. Marta segue em alta, sem problemas de lesão. Já Ronaldinho foi convocado por Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e está há quase cinco meses sem jogar uma partida oficial.

A equipe feminina também recebeu mimos inéditos na sua preparação. A equipe está na Suécia treinando há quase dez dias. Na China, ficará concentrada no mesmo hotel que vai abrigar os homens.

O time masculino também trocou a fartura das Olimpíadas de Sydney, na última vez que foi aos Jogos, por uma comissão técnica enxuta, com só um fisioterapeuta e só um médico. Comparada com a comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo na Austrália, a chefiada por Dunga em Pequim tem dez integrantes a menos.

O que não muda é a pouca divulgação que a CBF dá às mulheres no seu site. Enquanto o tour dos homens pela Ásia ganha manchete e vários artigos, a estadia feminina na Suécia é colocada em segundo plano.

As mulheres terão que mostrar trabalho mais cedo nas Olimpíadas. O grupo delas na primeira fase é o mais difícil da competição, com Alemanha, a atual campeã mundial, Coréia do Norte, grande força nos torneio de base da Fifa, e Nigéria, o melhor time da África.

Já os homens estão na chave mais fácil do futebol, com Bélgica, Nova Zelândia e China.

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