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20/07/2008 - 08h07

'Engasgado' com Pan, Navajas diz não se contentar em jogar bem e perder

Roberta Nomura
Em Goiânia (GO)

As vésperas de disputar sua primeira Olimpíada à frente seleção venezuelana masculina de vôlei, o técnico brasileiro Ricardo Navajas ainda não digeriu bem a perda da medalha nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no ano passado. Focado em um bom desempenho de sua seleção em Pequim, o treinador afirmou que não se contenta em jogar bem e perder.

"Todo mundo fala daquela seleção de Telê Santana, que jogava bonito mas não foi campeã. Mas quem entrou para a história foi o Parreira. Não gosto de quem se contenta em jogar bem e perder. Isso não existe", comparou o técnico, em referência as Copas do Mundo de 1982 e 1994, respectivamente.

A equipe comandada por Telê Santana ficou marcada pelo belo futebol apresentado, mas foi derrotada pela Itália, que acabou conquistando o tricampeonato mundial em 1982. Já Carlos Alberto Parreira foi o técnico que pregou a objetividade e encerrou o jejum de títulos brasileiros, garantindo o tetra em 1994.

O discurso incomoda ainda mais quando o treinador relembra a derrota para a seleção cubana no Pan do Rio. "Perdi uma medalha no Pan que não era para perder. A nossa seleção tinha que ter ficado com o bronze", falou Navajas. Depois do revés diante do Brasil, que ficou com o ouro, a Venezuela perdeu a disputa de terceiro lugar por 3 sets a 2.

Em um ano, a seleção sul-americana apresentou progressos e pode brigar também por uma medalha nas Olimpíadas de Pequim, segundo o técnico brasileiro. "Evoluímos principalmente na parte defensiva. Mas o ponto forte da equipe continua sendo o ataque", avaliou Navajas, que aponta o Brasil como o grande favorito ao título olímpico.

"Qualquer equipe para ganhar do Brasil precisa jogar muito bem e a seleção tem que jogar muito mal. É difícil ver um jogo que os brasileiros foram bem e perderam. Não é igual no futebol, que você arma o time na defesa e ataca nos últimos três minutos para fazer o gol", afirmou o técnico em nova comparação com o futebol.

Eliminada na Liga Mundial, a Venezuela tem menos de três semanas para ajustar o time para a disputa dos Jogos. Os comandados de Ricardo Navajas fizeram seu último teste neste fim de semana, nas duas derrotas por 3 sets a 0 para a seleção brasileira, em Goiânia, pela última rodada da primeira fase da Liga.