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17/07/2008 - 13h15

Poluição faz atletas alérgicos aumentarem cuidados em Pequim

Das agências internacionais
De Atenas (Grécia)
A atleta olímpica Athanasia Tsoumeleka, ouro em Atenas-2004 na marcha de 20 km, gostaria que os Jogos Olímpicos de 2008 fossem disputados em outro lugar. Em sua preparação para Pequim, ela tem uma preocupação a mais. A atmosfera da capital chinesa reúne um verdadeiro "coquetel anti-energético", misturando poluição, umidade e calor, ingredientes que podem diminuir o desempenho dos atletas durante a competição.

"Para ser honesta, preferiria que o evento fosse realizado em outro lugar", disse a atleta, de 26 anos, nesta quinta-feira. Segundo Tsoumeleka, como sofredora de asma ela sente com intensidade a diferença na qualidade do ar em Pequim.

Segunda a corredora grega, ela não será a única a perceber a poluição. "Todas as meninas vão sofrer. O ar engole os atletas", exclamou.

Pequim está entre as cidades mais poluídas do mundo. Mesmo com o investimento de US$ 17,3 bilhões na limpeza pública durante a última década, a qualidade do ar continua sendo uma preocupação. Autoridades chinesas se comprometeram em reduzir o número de carros rodando durante os Jogos Olímpicos, entre 8 e 24 de agosto, mas os atletas se mantêm apreensivos.

A poluição da cidade assombra outras figuras no mundo esportivo, como o etíope bicampeão olímpico Haile Gebrselassie, asmático, que deixou a competição da maratona por temer que o ar sujo possa prejudicar sua saúde.

O Comitê Olímpico Internacional afirmou que vai transferir competições que requeiram mais de uma hora de atividade física caso a qualidade do ar no dia não seja satisfatória.

Medicação intensificada
"Adeqüei minha medicação e tratamento, além de adicionar um remédio nasal para reduzir o risco de um ataque de asma", afirmou Tsoumeleka. A atleta vai usar uma máscara durante sua estadia para evitar a inspiração de partículas sólidas.

Segundo a Academia Européia de Alergiologia e Imunologia Clínica, o número de atletas com asma é maior do que o imaginado. Estudos demonstram que 20% dos participantes destas Olimpíadas são asmáticos, incluindo ciclistas, nadadores e corredores. Porém o montante real de portadores de alergias pode ser três vezes maior que o apontado, pois muitas pessoas desconhecem o fato de serem alérgicos.

Muitas delegações olímpicas estão examinando seus atletas para descobrir a existência de asmáticos.

Tsoumeleka diz que sua preparação tem sido tranqüila, no entanto. A atleta espera chegar entre as oito melhores na marcha. "Antes eu sentia a pressão de ter que vencer novamente. Agora não penso mais nisso", revelou. Em Atenas, quando foi medalha de ouro pela segunda vez, a corredora fez o percurso da prova em 1h29min12s.

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