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09/07/2008 - 15h23

Austrália induz erros, e Brasil perde no Torneio de Acrópolis

Giancarlo Giampietro
Em Atenas (Grécia)
Talvez a seleção brasileira tenha se mostrado européia demais nesta quarta-feira. Em sua última partida no Torneio de Acrópolis de basquete, em Atenas, o time foi envolvido nos dez minutos do segundo quarto pelo jogo veloz e atlético da Austrália, tentou a reação, mas foi superado por 89 a 84, em um jogo tenso.

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Esse foi o último teste antes da disputa do Pré-Olímpico Mundial, na capital grega. O Brasil estréia na competição no dia 15, próxima terça, contra o Líbano. No quadrangular amistoso, o time havia perdido para a Grécia e batido a Croácia.

Os brasileiros se irritaram com o trio de arbitragem local no primeiro tempo, cobrando uma série de supostas faltas, se desconcentraram e perderam muitos passes em transição. Essas falhas abriram brechas para o jogo agressivo dos adversários.

A equipe entrou na correria com os australianos e não foi bem nessa disputa. Como sintoma claro da mudança de padrão do time com Monsalve, foi apenas quando os rivais colocaram em quadra os pivôs David Andersen e Matt Nielsen e ficaram mais lentos que o jogo brasileiro deslanchou, vencendo a parcial inicial por 28 a 21.

Ciente da adaptação lenta da dupla Andersen-Nielsen, que tem pouco tempo de treinamento com o elenco, o técnico Brian Goorjian decidiu voltar à quadra com uma formação leve. E novamente induziu o oponente a erros, muitos erros - foram 14 na primeira metade da partida, nove deles no segundo quarto (quase um por minuto), com um desastroso desfecho de 27 a 13 e vantagem de 48 a 41 ao final.

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"O Brasil ganhava por sete pontos, mas começou a jogar com muita ansiedade, tivemos muitas perdas de bola e fizemos maus arremessos. Em nível internacional, com 14 perdas em um quarto, você não vai ganhar nada", afirmou o técnico Moncho Monsalve.

Apesar de ter mais tamanho do que os representantes da Oceania, o Brasil foi dominado nos rebotes (37 a 25), cedendo muitas segundas oportunidades (18 rebotes ofensivos). "Esses 37 rebotes significam posse de bola, limite de nosso contra-ataque e, sobretudo, muitos lances livres para eles. Eles chutaram 32 lances contra 19 nossos. Assim não se ganha", avaliou Monsalve.

Outro ponto negativo foi a desatenção com o veterano pivô Chris Anstey, que conseguiu marcar os 11 primeiros pontos da Austrália em menos de cinco minutos de ação. Ele terminou com 24 pontos. "Para isso, assumo a responsabilidade", disse Monsalve. "Eu conheço muito bem essa equipe, inclusive os garotos. Quanto ao Anstey, ele foi meu jogador na Espanha. E, para ser sincero, nunca o vi arremessar tão bem assim. Disse a meus pivôs que isso é o jogo, paciência."

Não obstante, os australianos ainda mataram duas bolas no estouro do cronômetro dos segundo e terceiro períodos, com os jovens Joe Ingles e Patrick Mills, que renderam cinco pontos providenciais no placar.

Na volta do intervalo, a seleção esteve com os nervos controlados, mas só melhorou sua defesa e postura quando Ricardo Probst entrou no lugar de J.P. Batista, ganhando mais agilidade. O quarto terminou em 66 a 60 para os adversários, que não conseguiram escapar graças a um dia de pontaria certeira de Marcelinho Machado.

O quarto período foi equilibrado, com os brasileiros competitivos e equilibrados em quadra. Mas os erros das parciais anteriores cobraram um preço. Com pouco mais de dois minutos para o fim, o time perdia por apenas dois pontos (80 a 78), até que Anstey, 33, entrou em ação novamente com cinco pontos seguidos e um toco sobre Splitter uma folga aos australianos.

Com 18s para o fim, Alex converteu dois lances livres e deixou o time a um ponto, com 85 a 84. Na posse de bola seguinte, foi a vez de C.J. Bruton converter os seus pontos. Machado ainda tentou uma bola de três, sem sucesso.

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