O velejador Robert Scheidt se disse surpreso com a notícia de que será o porta-bandeira da delegação brasileira em Pequim. O anúncio foi feito pelo presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), em evento nesta sexta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do presidente Lula e de vários outros atletas olímpicos.
Scheidt será o terceiro atleta da vela a carregar a bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos. O primeiro foi Eduardo Souza Ramos, em Los Angeles-1984, e o segundo foi Torben Grael, em Atenas-2004. "O Torben foi pé-quente, porque acabou ganhando o ouro", lembrou. Agora, Scheidt vai disputar as Olimpíadas na classe Star, a mesma vencida por Torben há quatro anos.
Antes de ser anunciado porta-bandeira, Scheidt já havia discursado em nome dos demais atletas, o que deu pistas de que poderia ser indicado para ser porta-bandeira. Ele destacou que torcia por um novo encontro com o presidente, depois dos Jogos. "Espero que possamos ser recepcionados pelo senhor novamente para comemorar os bons resultados alcançados", ressaltou.
Nuzman afirmou ter comprado a bandeira brasileira que seria entregue a Scheidt apenas na véspera do evento. "Eu decidi ontem (3). É ruim para vocês da imprensa, que não poderão especular sobre quem levará a bandeira", brincou.
Scheidt disse ter sido informado de que falaria em nome dos atletas nesta quinta, sem saber que receberia a função de portar a bandeira nacional. Sobre a responsabilidade de "ser um exemplo" para o restante da delegação, como destacou o presidente Lula em seu discurso, Scheidt se disse tranqüilo.
"É uma responsabilidade muito grande, mas eu diria a eles (os demais atletas) que o importante é manter o foco no objetivo, saber que a Olimpíada não é um bicho de sete cabeças e usar a pressão a favor. Pra mim, por exemplo, quanto mais pressão tiver, melhor", afirmou Scheidt. "Estou muito honrado e feliz pela escolha."