Em 2007, o Brasil voltou a ter um representante na Volta da França, mais tradicional prova ciclística do mundo. Murilo Fischer chegou a Londres - local de partida da competição - com dois objetivos: terminar o árduo percurso, com um total de 3.569,9 km de pedaladas, e brigar pela vitória de uma das 20 etapas em disputa. O objetivo foi cumprido em boa parte. O catarinense chegou a Paris e completou o Tour, além de ter conseguido uma terceira colocação no 11º dia.

Para a 95ª edição, que começa neste sábado, partindo da cidade francesa de Brest e chegando a Paris no dia 27, os objetivos não mudaram, mas as possibilidades de completar totalmente sua meta aumentaram. Com a experiência e os bons resultados do último ano, Fischer vê mais próxima a chance de voltar a colocar o nome do Brasil no topo, feito conquistado apenas por Mauro Ribeiro, em 1991.

"Acho que este ano me preparei melhor", disse Fischer ao UOL Esporte. Morador de Treviso (ITA), o brasileiro foi em maio para Quito, passando por treinos na altitude de quase três mil metros da capital equatoriana. "A experiência que tive correndo um Tour e somando mais um ano como profissional também ajudaram. Hoje sei que nas etapas de montanha, que não são meu forte, posso me permitir ficar com o grupo de velocistas, economizando energia para as provas com traçado misto. Ano passado eu ficava sofrendo".

O desempenho em 2007, sua estréia, também rendeu respeito junto à equipe, a italiana Liquigás. Como não briga pela ponta na classificação, papel do tcheco Roman Kreuziger na equipe, muitas vezes Fischer tem de obedecer a estratégia em favor do líder. No entanto, outras etapas permitem maior autonomia na briga pela vitória. "Acho que este ano terei mais (liberdade). Já mostrei que sei ajudar quando é necessário e que posso fazer bem sozinho, então os diretores estão tranqüilos. Quero ganhar uma etapa".

O ciclista, que completará 29 anos durante a Volta da França, comemora o fato de poder fazer com que o Brasil tenha um representante na prova. "Isso é até motivo de curiosidade para os europeus. Mas não me sinto diferente em relação aos outros, fico feliz de estar lá e poder ir bem".

Pequim
Tudo que Murilo Fischer fizer na França já será de olho no futuro, mais precisamente no mês de agosto. Isto porque o catarinense será representante brasileiro nos Jogos de Pequim, em duas provas. Ele correrá a categoria estrada ao lado de Luciano Pagliarini, e ainda tentará conseguir uma boa posição no contra-relógio, que não é sua especialidade.

"A curto prazo, no Tour, meu objetivo é o mesmo que em 2007. Mas, desta vez vem a Olimpíada logo em seguida. Terei 15 dias para me recuperar antes de correr a prova de estrada, que é o tempo ideal", analisou.

Murilo vai para Pequim como o principal brasileiro. Ele será o responsável por tentar levar o Brasil a uma boa posição, superando o 62º posto atingido em Atenas-2004. Para isso, terá o apoio de Luciano Pagliarini, seu compatriota e colega de treinos em Treviso.

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