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16/05/2008 - 10h17

Velocista amputado é liberado para tentar vaga nas Olimpíadas

Das agências internacionais
Em Lausanne (Suíça)
O velocista sul-africano Oscar Pistorius, que corre com duas próteses nas pernas amputadas, poderá competir por uma vaga nas Olimpíadas de Pequim. Nesta sexta-feira, a Corte Arbitral do Esporte (CAS, da sigla em francês) decidiu que ele está apto a correr contra velocistas sem deficiências físicas, mesmo usando as próteses de carbono.

A decisão do CAS anula a proibição da IAAF (Federação Internacional de Atletismo), que tinha negado em janeiro o pedido do atleta de lutar por vaga na equipe sul-africana da modalidade. Segundo a entidade, as lâminas de carbono da prótese teriam efeito propulsor e, por isso, daria vantagem sobre atletas sem deficiência.

Na Suíça, Pistorius teve duas audiências com os membros da Corte no mês passado. A decisão unânime foi anunciada apenas nesta sexta e tem efeito imediato. Com isso, Pistorius poderá tentar a classificação para as Olimpíadas nos 400 metros, em que tem a marca mais próxima dos índices exigidos pela Iaaf.

Recordista mundial paraolímpico, Pistorius tem 46s56 na distância. Para se classificar para as Olimpíadas, porém, Pistorius precisa superar 45s95, o Índice B dos 400 metros. A África do Sul já tem um atleta com índice B, na prova, Sibusiso Sishi, com 45s84. O índice A dos 400 m é de 45s55. Outra alternativa é ser convocado para o time da África do Sul do revezamento 4x400m.

O primeiro veto da Iaaf foi baseado em estudos do professor alemão Gert-Peter Brueggemann, que afirma que a prótese "Cheetah", de fibra de carbono e em formato de J, usada pelo sul-africano, cria energia. Os advogados de Pistorius apresentaram outro estudo, do MIT, instituto de tecnologia mais conceituado dos EUA, que afirma que a prótese não dá vantagem contra corredores sem deficiência.

"O tribunal não foi convencido de que havia evidência suficiente para afirmar que a prótese 'Cheetah Flex-Foot' dá vantagem ao usuário. Além disso, o CAS não considera que a Iaaf tenha provado que o uso dessas próteses em particular dão vantagem a Oscar Pistorius contra corredores sem deficiência", diz a decisão.

Maior velocista paraolímpico do planeta, Pistorius, de 21 anos, nasceu sem as duas fíbulas, ossos finos que ligam o joelho ao tornozelo. Ele amputou as duas pernas aos 11 meses.

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