UOL Olimpíadas 2008 Notícias

09/05/2008 - 08h45

"Rebelde" desbanca Thiago Pereira e ofusca Maria Lenk

Fernanda Brambilla
No Rio de Janeiro
Em meio à última seletiva olímpica da natação, um crescente burburinho é ouvido do lado de fora do Parque Aquático Maria Lenk e nada tem a ver com esporte. Em frente à vizinha Arena HSBC, ex-Arena Multiuso dos Jogos Pan-Americanos, cerca de 100 fãs se amontoam em barracas na fila para o show do grupo mexicano RBD, "Rebelde", coqueluche do público jovem do país, que se apresenta nesta sexta-feira.

Fernanda Brambilla/UOL
Acampados, seguidores exibem cartaz com integrantes do grupo mexicano Rebeldes
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Barraca de fãs no portão da Arena HSBC, ex-Arena Multiuso, para show do grupo RBD
Mesmo contando com destaques conhecidos como Thiago Pereira na piscina, astro do Pan e dono de seis índices olímpicos, a concorrência da atração pop ainda é desleal. "Vou para ver a Dulce Maria (uma das integrantes do grupo) dançar, mal posso esperar", solta um fã.

Da herança dos Jogos Pan-Americanos, não sobrou muita coisa, e até um ressentimento persiste. "O RBD ia vir ano passado, mas teve que remarcar porque não tinha lugar para abrigar o show", conta Vitor Oliveira, de 16 anos, que organiza a fila. "Os lugares estavam abrigando o Pan."

Até a noite desta quinta-feira, 10 mil do total de 12 mil ingressos já estavam vendidos, para inveja do torneio, que tem ocorrido com arquibancadas quase vazias, mesmo com entrada gratuita. O mais caro dos bilhetes custa R$ 500 (metade com carteirinha de estudante), de acordo com a organização do show.

Alguns seguidores do RBD ainda sondaram as vizinhanças aquáticas. "Fomos um dia lá do lado ver os nadadores, mas só uma vez", diz Allan dos Santos de 18 anos, que veio de Belford Roxo, está acampado desde dia 1º de abril, e tem até uma tatuagem igual a uma das integrantes, Anahí. "Tomamos banho no posto aqui do outro lado da rua, e se alguém precisa sair da fila, a gente até olha a barraca. Mas daqui a gente não sai."

Do lado de fora das piscinas, no entanto, o clima não poderia estar melhor. Os fãs já empunham seus cartazes, e muitos abandonaram estudo e trabalho para a vigília. "Esse show é muito esperado porque o palco é muito melhor do que o do show que teve em São Paulo", explica Roberta Vilarinho, de 24 anos, que pediu férias para encontrar os ídolos. "E não pára aqui. Depois do show vamos atrás deles até o hotel."

De acordo com a segurança do Parque Aquático, o estacionamento foi cedido ao show, e será fechado para atletas e clubes. Os ônibus deixarão as delegações do lado de fora. "Estamos fazendo o possível para que isso não atrapalhe e corra tudo bem. Será um dia de estacionamento fechado", resume o coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura.

Os portões devem ser abertos às 16h30, três horas antes do início previsto para a performance, que vai coincidir com as eliminatórias do Maria Lenk.

"Vamos ter que manter a paciência porque isso pode ser uma confusão, tem até um monte de gente dormindo aí na frente pra ver esse tal de RDB, RD, ah esse negócio aí", esbraveja o presidente da entidade, Coaracy Nunes.

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