Tal qual aconteceu em junho de 2004 com Daiane dos Santos, que foi submetida a uma artroscopia no joelho direito a dois meses das Olimpíadas de Atenas (ficou em 5º lugar no solo), Diego Hypólito terá obstáculo semelhante em sua caminhada rumo ao ouro em Pequim. Nesta terça-feira pela manhã, no Rio de Janeiro, o ginasta, bicampeão mundial no solo, passará por intervenção parecida com aquela da gaúcha, também no joelho direito.

O responsável pela cirurgia será o ortopedista João Granjeiro, coordenador médico do Comitê Olímpico Brasileiro e médico-chefe da delegação do país em Atenas-2004. De acordo com o empresário de Diego, César Nogueira, o cirurgião falará sobre a lesão do ginasta apenas após a operação. O atleta também deverá falar com a imprensa ainda nesta semana sobre o caso.

A cirurgia tira Hypólito da etapa da Copa do Mundo de Cottbus (Alemanha), entre 11 e 13 de abril, a primeira do ano que contaria com a participação de brasileiros. Já sua ida às rodadas de Tianjin (China) e Moscou (Rússia), ambas em maio, dependerá do ritmo da recuperação após a operação.

Segundo Renato Araújo, técnico de Diego no Flamengo, a decisão sobre a cirurgia foi tomada no final da semana passada. O atleta, natural de Santo André, sentiu dores no joelho durante o treino de quinta-feira de manhã e decidiu passar por uma ressonância para detectar o problema.

"Vimos que ele tinha um problema, que não parece muito complicado, é simples, mas requer um tempo de recuperação", afirmou o treinador, que revelou que foi o próprio ginasta que optou pela cirurgia, em comum acordo com o técnico e com a Confederação Brasileira de Ginástica.

Araújo contou ao UOL Esporte que Diego lidou sem maiores problemas com a notícia, apesar de um abalo emocional natural. "A gente preferiria que não tivesse acontecido nada. Todo mundo fica triste num primeiro momento, mas ele pensou pelo lado positivo. Tudo leva um prazo, e agora, bem antes das Olimpíadas, dá tempo de recuperar", declarou o técnico.

Para o treinador, o processo de recuperação de fato comprometerá, ainda que um pouco, a preparação de Hypólito para os Jogos. Mas ele conta com a disciplina do atleta para superar o problema em pouco tempo. "Ele sempre dá a volta por cima muito bem. No ano passado mesmo, ele sentiu dores nas costas antes do Pan, aí só disputou três aparelhos. Só voltou a fazer os seis no Mundial. Ele lida bem com as dores do esporte e tem força pra correr atrás na recuperação, não fica abatido, faz uma fisioterapia muito bem feita. Ele se esforça ao máximo, e esse é o ponto positivo".

Esta não é a primeira vez que Diego vai para a mesa de cirurgia. Em abril de 2005, ele sofreu uma fratura no pé direito durante a etapa de São Paulo da Copa do Mundo e teve de colocar dois pinos na tíbia direita. Naquele mesmo ano, no final de novembro, conquistou seu primeiro título mundial no solo, em Melbourne (Austrália).

*Atualizada às 18h34

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