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14/03/2008 - 14h26

Novatos do Brasil no judô vão a Pequim para quebrar recorde

Bruno Doro
No Rio de Janeiro
O objetivo da seleção brasileira de judô nos Jogos de Pequim é ambicioso. Nos tatames chineses, os judocas querem superar os desempenhos anteriores da modalidade em Olimpíadas. O desejo é voltar com quatro medalhas no peito, pelo menos uma de ouro. Tudo isso usando uma equipe com, no máximo, quatro veteranos olímpicos.

TIME JÁ SUPERA ATENAS-2004
A seleção brasileira de Pequim já supera a de Atenas em um critério: número de atletas. O Brasil já garantiu 13 categorias nas Olimpíadas - em Atenas, foram 12, com a ausência dos pesos médio e pesado feminino. Agora, a única que tem chances de ficar de fora é o pesado feminino, de Priscila Marques. Na categoria, o Brasil ocupa apenas a sexta colocação no ranking olímpico pan-americano, que classifica as três primeiras. "É uma situação difícil, mas eu estou confiante. Sei que posso me classificar. Mas meu objetivo é diferente dos outros, que já estão classificados. Eu ainda não estou pensando em Olimpíada", lamenta Priscila.
JUDÔ ESCOLHE SELEÇÃO
JUDOCAS ADMITEM TENSÃO
PÁGINA DAS OLIMPÍADAS
O otimismo é gerado pelos resultados recentes. No Campeonato Mundial do ano passado, disputado no Rio de Janeiro, foram quatro medalhas, três delas de ouro. O meio-médio Tiago Camilo foi eleito o melhor judoca da competição e é o único dos campeões mundiais brasileiros que já foi às Olimpíadas - em Sydney-2000 conquistou a medalha de prata.

João Derly foi bicampeão dos meio-leves, mas fará sua estréia olímpica. Luciano Correa, campeão mundial dos meio-pesados, é outro estreante, assim como João Gabriel Schlittler, bronze no Rio. O time masculino tem apenas três que já foram aos Jogos. Camilo, o ligeiro Denílson Lourenço e o leve Leandro Guilheiro, bronze em Atenas-2004.

A inexperiência no evento, porém, não é uma preocupação. "É uma equipe forte que pode repetir, sim, o número de pódios do Mundial", confirma o ex-judoca Luis Shinohara, o técnico da seleção masculina. "Nosso objetivo é superar todas as campanhas anteriores", diz Ney Wilson, coordenador técnico.

Os Jogos a serem superados são os de Seul-1988 e Barcelona-1992, no número de ouros. Nos dois, o Brasil conquistou suas duas únicas medalhas douradas da modalidade, com Aurélio Miguel na Coréia e Rogério Sampaio, na Espanha. Em número de pódios, a melhor Olimpíada brasileira é a de Los Angeles-1984, com uma prata (Douglas Vieira) e dois bronzes (Walter Carmona e Luís Onmura).

No feminino, o Brasil nunca ganhou medalhas e, segundo a técnica Rosicléia Campos, que lutou em duas Olimpíadas, a hora das mulheres chegou. O time tem apenas duas veteranas, a meio-pesado Edinanci Silva e a pesado Priscila Marques, que ainda precisa classificar sua categoria.

Mesmo assim, conta com promessas do esporte, como a gaúcha Mayra Aguiar, de 16 anos, mais jovem do time. Medalhista no Mundial júnior de 2006, a garota foi prata no Pan-Americano do Rio e, nesta temporada, ouro na Copa do Mundo de Varsóvia, na Polônia, no melhor resultado do Brasil na Europa, entre homens e mulheres.

"A possibilidade do judô feminino conquistar um resultado inédito é, sim, melhor do que em outras participações. Nas Olimpíadas passadas, tínhamos duas ou três atletas com chances reais de disputar medalha. Hoje podemos colocar seis ou sete com chance de pódio", fala Edinanci, de 32 anos, a mais velha de toda equipe, que parte para sua quarta Olimpíada.

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