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01/03/2008 - 09h01

Confederação Brasileira de Judô diz não ter pago passagens aéreas

Italo Nogueira
Da Folhapress
No Rio de Janeiro
O presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Paulo Wanderley, afirmou que a "iniciativa privada" bancou passagens e hospedagens de "pouquíssimos" participantes da reunião de representantes de federações da América no luxuoso hotel Copacabana Palace, no Rio.

Ele afirmou que seria "deselegante" e "antiético" divulgar quem financiou as passagens. Wanderley disse que não houve uso de verba de patrocinadores ou da confederação brasileira.

"Àqueles que não tinham o interesse específico de vir, por algum motivo, financeiro que seja, nós oferecemos a oportunidade de eles virem com a estadia, como acontece em qualquer organização internacional. Pouquíssimos, raríssimos com a passagem aérea. Não houve investimento por parte da CBJ ou de qualquer outro organismo que seja relacionado ao esporte brasileiro".

No que seria uma "reunião privada" organizada pelas confederações brasileira e uruguaia, cujo objetivo não havia sido divulgado inicialmente, foram discutidas mudanças no calendário e nas regras das competições com presença do presidente da Federação Internacional de Judô, Marius Vizer.

Segundo Wanderley, 20 países estiveram no encontro. De acordo com ele, representantes de algumas nações não foram convidados pois não estão "sintonizados com as mudanças".

Tudo foi feito sem a presença do presidente da UPJ (União Pan-Americana de Judô), o dominicano Jaime Casanova Martinez. Ele acusou os organizadores de planejarem um "golpe de Estado" e chegou a ameaçar desfiliar a CBJ.

"Foi uma piada de mau gosto. As reuniões não tiveram cunho político", disse Vizer. Wanderley, por sua vez, negou que seja candidato à presidência da UPJ, mas admitiu que já "há conversas neste sentido".

Vizer disse que o novo calendário foi "preparado há alguns meses, mas os países pan-americanos não estavam informados. Se a UPJ não informou, é a minha obrigação informar sobre os nossos projetos".

O dirigente relatou que passa férias no Rio e aproveitou para participar da reunião. "Eu combino o prazer com a utilidade."

Em entrevista coletiva com a presença também do diretor de arbitragem da FIJ, Juan Carlos Barcos, do presidente da Organização Desportiva do Caribe, Hector Cardona, e do secretário-geral da FIJ, Hedi Dhoub, foram anunciadas mudanças no calendário e nas regras.

Em vez de um Mundial a cada dois anos, serão realizados um todo ano, quatro Grand Slams (com premiações de US$ 150 mil cada), cinco Grand Prix (premiações de US$ 100 mil) e um World Master Series (US$ 200 mil), usando modelo análogo ao do tênis. O Rio de Janeiro será sede de um Grand Slam.

"Foi surpresa. Éramos candidatos a um GP, que é faixa preparatória para o Grand Slam", disse Wanderley. O modelo será seguido por quatro anos.
Questionado se o anúncio de todas as mudanças sem a presença do presidente da UPJ não deslegitimava o cargo de Martinez, Wanderley refutou.

"Acho que não. O continente está ganhando [ao sediar um Grand Slam]", afirmou ele.

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