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27/02/2008 - 08h00

Ricardo e Emanuel desafiam tabu de nunca terem vencido na China

Fernanda Brambilla
Em São Paulo
Na carreira de vitórias, títulos mundiais e medalhas olímpicas da dupla Ricardo e Emanuel do vôlei de praia, a China desempenha um papel curioso: no palco dos próximos Jogos Olímpicos, onde os brasileiros são os favoritos para o bicampeonato, eles nunca venceram.

PRESSÃO DO "OURO OU NADA"
AFP
Praticamente assegurados nos Jogos de Pequim, Ricardo e Emanuel se preparam para buscar o segundo ouro olímpico. Tão ou mais difícil do que a meta, é , segundo os atletas, a cultura do "ouro ou nada" do Brasil.

"Infelizmente, como o Brasil tem poucos atletas que foram campeões olímpicos, a pressão é muito grande. Só vale voltar com o ouro", afirma Ricardo, que sabe bem da sensação, já que antes do trunfo em Atenas foi medalhista de prata em Sydney-00. "No Brasil, segundo lugar é derrota. Ninguém pensa que quem é vice ganhou do cara que é terceiro colocado", diz o jogador.
Em cinco anos da parceria, foram quatro etapas chinesas no Circuito Mundial, e nenhuma vitória. O máximo que os líderes do ranking mundial e campeões olímpicos conseguiram foram duas medalhas de prata.

"A verdade é que nunca jogamos em Pequim, mas na China nosso retrospecto não é nada bom mesmo. A gente tenta até não pensar nisso, mas é um lugar que não nos deu muita sorte", admite Ricardo.

Em 2007, a dupla foi apenas a quinta colocada em Xangai, palco da etapa. A eliminação foi justamente contra os rivais locais Márcio/Fábio Luiz, que disputam a segunda vaga olímpica. No ano anterior, foram à semifinal, mas perderam para uma dupla alemã na disputa pelo terceiro lugar e ficaram fora do pódio.

Os únicos bons resultados no torneio asiático datam de 2005 e 2004, quando Ricardo e Emanuel conquistaram dois vice-campeonatos. No ano da conquista do ouro em Atenas, os brasileiros foram derrotados pelos espanhóis Bosma/Herrera. Em 2005, perderam para os alemães Dieckmann e Scheuerpflug.

Para Emanuel, se o histórico é inegável, a solução é tentar fazer prevalecer o otimismo. "Não adianta chegar lá e pensar no pior. Temos que desembarcar na China pensando que será um grande evento e que tudo dará certo par nós. Essa preparação psicológica será muito útil", acredita o jogador.

Felizmente, a dupla terá uma chance de pôr fim à má sorte chinesa antes da Olimpíada. A etapa de Xangai deste ano acontece em abril, e pode ser a oportunidade perfeita para quebrar o curioso tabu.

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