Futebol

Quase barrado, atleticano cresceu com voto de apoio e reconquistou Micale

AFP / Martin Bernetti
Douglas Santos deu a volta por cima nos Jogos Olímpicos do Rio imagem: AFP / Martin Bernetti

Dassler Marques

Do UOL, no Rio de Janeiro

Um dos exemplos de recuperação na seleção brasileira nos Jogos Olímpicos é Douglas Santos. Grande aposta da comissão técnica para o torneio, o lateral do Atlético-MG teve a ida para o banco de reservas analisada pela comissão técnica após os empates contra África do Sul e Iraque. A partir dali, mudou sua condição novamente dentro do grupo.

A insatisfação com base no desempenho do atleta era pela timidez de Douglas Santos na ida à frente e pela condição técnica ruim apresentada nos dois empates. Por conta disso, Rogério Micale analisou a possibilidade de passar Zeca para sua melhor posição, na lateral esquerda, e dar uma oportunidade a William. O jogador do Internacional havia tido boas atuações nos minutos finais dos jogos anteriores e essa mesma mudança havia tornado a equipe brasileira mais vertical em suas ações. 

Com atenção ao aspecto psicológico do grupo durante a Olimpíada, porém, o treinador refletiu a respeito de Douglas Santos e apostou em uma volta por cima sem precisar ir ao banco de reservas. Para enfrentar a Dinamarca, na goleada que mudaria a realidade do Brasil na competição, Micale fez uma série de mudanças: ingressou Luan e Walace no time, trocou Neymar e Gabriel Jesus de lugar e também mudou o desenho tático, do 4-3-3 para o 4-2-3-1. 

Sem mexer em Douglas Santos, Rogério Micale assistiu ao lateral sair de campo como um dos protagonistas no triunfo sobre a Dinamarca. Dos quatro gols brasileiros, dois foram feitos em assistências do jogador do Atlético-MG para Gabigol e Luan. Mais confiante, ele se manteve em melhor nível nos triunfos seguintes contra Colômbia e Honduras.

"A gente conhece o potencial e ele hoje é um dos maiores laterais esquerdos atuando no Brasil. Tem um grande potencial e cresceu junto com a equipe. É um momento onde houve a passagem do Neymar para dar uma dinâmica de jogo à equipe como meia e abriu mais o corredor, então ele começou a ser mais incisivo, porque tinha espaço para ele ultrapassar. Era uma questão de tempo, porque a gente confia muito nesse jogador", declarou Micale sobre Douglas. 

Agora, a preocupação com o lateral, além de Zeca, passa a ser em outro momento. Na análise já feita sobre a Alemanha na quinta-feira, o treinador previu que a Alemanha, rival da final olímpica, deve forçar o jogo sobre os dois laterais brasileiros para tentar cruzar bolas à área do Brasil. Por ora, a equipe tem comportamento defensivo perfeito. É a única que não sofreu gols na Olimpíada. 

Por Douglas Santos, Micale deixou um dos destaques da geração de fora

Tamanha era a confiança no jogador antes da Olimpíada que Rogério Micale apostou as fichas em Douglas Santos e não levou outro lateral por quem tem grande apreço. Wendel, do Bayer Leverkusen-ALE, chegou a ser titular durante os amistosos da seleção olímpica, mas acabou de fora em razão da lista suportar apenas 18 jogadores. 

Topo