Natação

Ledecky lidera lista de fãs de Phelps que devem dominar a natação no futuro

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Ledecky tieta Phelps quando criança; americana lidera lista de possíveis sucessores do astro imagem: Reprodução

Guilherme Costa e Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

É fácil apontar o maior nome da natação entre os atletas que estão na Rio-2016. Difícil é imaginar qual vai ser o protagonista da modalidade após Michael Phelps. Depois de todas as transformações que o astro provocou no esporte, as piscinas mundiais iniciarão no próximo ciclo olímpico a busca por novas estrelas. E os principais candidatos são atletas que foram forjados idolatrando o norte-americano.

O processo é natural. A primeira participação olímpica foi em 2000, suas primeiras medalhas em 2004 e seu auge em 2008. Katie Ledecky, hoje multicampeã aos 19 anos, estava na infância quando Phelps começou a impressionar o mundo. Há dez anos, a menininha que dominaria o nado livre passou horas na fila em um evento promocional nos Estados Unidos para pegar um autógrafo de ídolo, hoje um documento da relação que atravessa o tempo.

Ledecky é, depois de Phelps, a nadadora mais vitoriosa da Rio-2016. Em sua segunda edição dos Jogos, ela recolheu quatro ouros e uma prata no Parque Aquático no Rio de Janeiro e dominou o nado livre de forma nunca vista, vencendo três distâncias diferentes (200 m, 400 m e 800 m). Carregar o peso de sucedê-lo, porém, não é fácil. “Não sei se alguém vai carregar o que Michael carregou nos últimos anos, mas estou feliz com o que o time tem feito nesta semana. Talvez possamos substituir coletivamente”, disse a americana.

Ela lidera uma lista longa de possíveis estrelas. O americano Ryan Murphy, no nado costas, o britânico Adam Peatty, no peito, e a sueca Sarah Sjostrom, no borboleta, deixam o Rio de Janeiro com ouros e recordes mundiais. Com menos de 25 anos, eles têm toda a possibilidade de brilhar daqui a quatro anos, em Tóquio.

Todos foram influenciados de alguma forma por Phelps, que teve impacto até em quem o derrotou. Joseph Schooling, de Cingapura, foi o responsável pela única prata do americano no Rio, nos 100 m borboleta. A foto em que ele aparece tietando o ídolo enquanto garoto rodou a internet e simboliza o tamanho do nadador para essa geração.

"É engraçado. [Ryan] Murphy também me mostrou uma foto de quando eu estive com ele em um evento em 2004. Essas fotos estão circulando e é muito legal poder dividir essa experiência. É excitante ver o que o futuro nos reserva. Temos gente de todos os lugares do mundo. Não tem um ou dois países mais, agora é gente de todo o mundo e não é algo que eu já tenha visto", disse Michael Phelps, um dos grandes responsáveis pela pulverização do esporte ao redor do globo. 

“Quando era menino, ligava a televisão e via Michael Phelps. É uma grande estrela, um grande atleta, uma pessoa que eu gostaria de ser. Tive a oportunidade de nadar ao lado dele e aprendi demais com isso”, disse Kosuke Hagino, japonês que levou o ouro nos 400 m medley e tem tudo para ser o sucessor do astro no nado combinado.

Não é que se espera de algum desses nomes algo como Michael Phelps fez nos últimos 15 anos. A aposentadoria do americano, no entanto, abre uma lacuna. Alguém pode manter o legado do astro no futuro próximo? Quem conviveu com ele aposta que sim.

“Quem pensava que ia nascer um novo Phelps na época do Spitz? A gente pensava que aquelas medalhas de ouro do Spitz eram algo que ninguém nunca ia fazer. Aí veio um Phelps e construiu isso tudo. Vai saber? Daqui a alguns anos é possível que apareça um louco aí, mas pode ter certeza que vai demorar”, disse Thiago Pereira, que dividiu finais olímpicas com Phelps em quatro Olimpíadas. “Acho que definitivamente vamos ver outro Michael Phelps, outro Ryan Lochte ou outro Thiago. Acho que isso é claro. É a evolução do esporte, que vai ficando melhor a cada ano. É algo natural”, completa o próprio Ryan Lochte.
 

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