! Maik pegou pênalti, se empolgou e levou golaço. Por sorte, o juiz salvou - 13/08/2016 - UOL Olimpíadas

Handebol

Maik pegou pênalti, se empolgou e levou golaço. Por sorte, o juiz salvou

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

O telão marcava 27 a 27 quando o Egito teve uma cobrança de sete metros, espécie de “pênalti” do handebol, a 16 segundos do fim. Com a pressão de milhares de pessoas presentes e aos berros na Arena do Futuro, o goleiro Maik se agigantou, fez a defesa e manteve viva a esperança de uma virada. A empolgação foi tanta que ele esqueceu da orientação do treinador e saiu do gol para agitar a torcida. Na última tentativa de marcar, o Brasil perdeu a bola e um rival arremessou do outro lado da quadra, encobrindo o goleiro da seleção que estava longe da trave. Seria uma ducha de água fria no herói verde-amarelo. Sorte dele que o juiz salvou.

“Eu me empolguei. Só queria ir comemorar, agitar a torcida. E quando eu vejo a bola está com eles. Ele arremessa lá de longe e eu mole já. Voltei correndo e a bola entrou. Ia fo... tudo. A sorte é que o juiz marcou a falta”, disse Maik, goleiro do Brasil, aos risos ao relembrar da cena.

O lance descrito por Maik aconteceu em um intervalo de oito segundos. O goleiro deu início à jogada em sua quadra, a posse avançou e, em uma tentativa de passe para o ataque, o armador brasileiro foi agarrado pelo egípcio Ali Zein Mohamed e não conseguiu pegar a bola. No reflexo, um defensor africano lançou a bola e marcou por cobertura.

O sentimento na Arena do Futuro já era de frustração quando o juiz apontou uma falta na jogada. Mohamed levou uma punição de dois minutos e o Brasil se safou de ser derrotado. Maik, em especial, escapou de uma bronca ainda maior do técnico Jordi Ribera, que riu de canto de boca quando o goleiro foi perguntado sobre a defesa do sete metros em entrevista coletiva.

Seria uma mudança drástica da história dele no jogo. Além do “pênalti”, Maik ainda pegou 14 chutes dos egípcios, quatro deles de frente para o gol. A atuação foi decisiva para o Brasil, que passou quase o jogo todo atrás no marcador e conseguiu o empate no minuto final. No fim das contas, o goleiro saiu como herói de um empate suado.

“Durante os treinos a gente fica brincando da última bola, que define o jogo. Eu realmente consegui antecipar no momento certo, evitando o gol. Me passa um filme na cabeça, do quanto você sonha e luta para chegar num momento como esse e ser importante para equipe, para seleção e para o handebol brasileiro. Aí eu me empolguei ali [risos]. Faz parte do aprendizado”, disse ele. 

O empate adiou a classificação inédita do Brasil ao mata-mata dos Jogos Olímpicos. Para se garantir, basta que a seleção vença o último jogo da primeira fase, contra a Suécia, na próxima segunda-feira. 

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