Repressão a "Fora Temer" na ginástica tem bate-boca, mas sem expulsão
Policiais da Força Nacional reprimiram um protesto de dois espectadores contra o presidente interino, Michel Temer, na Arena Olímpica durante competições de ginástica. Houve discussão e os dois pequenos cartazes foram apreendidos. Mas os dois manifestantes não foram expulsos do ginásio.
O cientista político Rafael Oliveira, 33, e Luciana, 30, levantaram um cartaz com os dizeres "Fora Temer". Logo depois, apareceram voluntários e em seguida um grupo de três membros da Força Nacional.
Houve uma discussão enquanto os dois espectadores continuavam nos seus lugares. Os policiais, que não quiseram se identificar, disseram ter pedido educadamente para que eles entregassem os dois cartazes, mas informaram que houve negativa. Segundo a versão deles, a partir do momento em que foram questionados, os manifestantes passaram a gritar "Fora Temer".
Não é a versão dos espectadores. "Eles pediram para os acompanhar. Mas dissemos que não íamos. Aí eles falaram que iam retirar o material", afirmou Oliveira. "Foram agressivos. A PM do Brasil é assim".
Após o bate-boca, que durou alguns minutos, o dois entregaram os cartazes. Questionados, os policiais disseram que a orientação era reprimir cartazes e gritos políticos, a favor ou contra o presidente da República interino. E informaram que, se os dois tivessem insistido no protesto, seriam expulsos. Ainda alegaram que manifestações religiosas são tratadas da mesma forma.
"Teve manifestação religiosa no Parque Olímpico com bandeiras. Não é possível que não viram. Mas quando falamos do governo interino, reprimem", argumentou Oliveira. "Tinha a data do meu aniversário que é hoje também no cartaz e levaram", lamentou Luciana.
As regras do Comitê Olímpico Internacional preveem que não é permitida manifestações política ou religiosa em arenas olímpicas, sejam cartazes ou gritos. O Comitê Rio-2016 informou que gritos seria analisado caso a caso. Obviamente, se houver vaias do estádio inteiro, não iriam reprimir.
