Rio-2016 proíbe "Fora Temer", mas diz que espectador não deve ser expulso
O Comitê do Rio-2016 e o COI (Comitê Olímpico Internacional) confirmaram que estão vetadas manifestações políticas nas instalações olímpicas como protestos contra o presidente interino, Michel Temer. A instrução para policiais e voluntários é pedir que quem proteste pare, mas só retirá-lo da sede se houver resistência.
Pelas regras do COI, são proibidas manifestações políticas religiosas por atletas e pelo público. É uma regra similar da da Fifa para a Copa do Mundo com a diferença de que a federação internacional era benevolente com o público.
Para os Jogos, segundo os organizadores dos Jogos, o veto foi instituído pela lei olímpica (Lei 13.284), segundo a qual (artigo 28, inciso IV) é proibido "portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter racista ou xenófobo ou que estimulem outras formas de discriminação". "É ressalvado o direito constitucional ao livre exercício de manifestação e à plena liberdade de expressão em defesa da dignidade da pessoa humana", diz o parágrafo 1º do artigo citado.
Houve um caso de um torcedor retirado com agressividade do Sambódromo (competição de Tiro com arco) por mostrar um cartaz "Fora Temer". Outros espectadores relataram repressão no Vôlei de Praia, e até perseguição por voluntários.
"O Brasil é uma democracia jovem. Trocamos o presidente pela lei. Não é fácil. As sedes têm que ser livres de política. Aqueles que protestam serão requisitados que parem e se insistirem será pedido que saiam. É um templo para esporte", contou o diretor de comunicação do Comitê Rio-2016, Mario Andrada.
No estádio do Mineirão, 12 torcedores foram retirados por formarem os dizeres "Fora Temer" em suas camisetas.
Ele defendeu que a polícia tem que ser diplomática com o público nestas situações, sem agressividade.
O COI informou que é a mesma prática adotada em outras Olimpíadas, e o procedimento com espectador depende da atitude dele. "Fazemos caso a caso. Não há espaço para a manifestação política na sede", defendeu o diretor de comunicação do COI, Mark Adams.
Ou seja, cartazes e provavelmente camisas serão sempre vetados com pedidos para serem retirados. Em relação aos gritos políticos, terá de ser analisado caso a caso.
Por exemplo, se uma pessoa soltar gritos em claro ato político, ela será repreendida. Quando for uma manifestação coletiva como a vaia ao presidente Michel Temer na abertura fica inviável a mesma atitude pela quantidade grande de pessoas vaiando, embora fosse um ato político. "Ou íamos ter que esvaziar boa parte do estádio", ressaltou Andrada.
Oficialmente, pelas regras olímpicas são proibidas qualquer tipo de manifestação política seja por meio de cartazes ou gritos.