Atletismo

Olimpíada dos melhores? Zika, lesões e doping afastam estrelas da Rio-2016

AFP/Alexander Zemlianichenko
Yelena Isinbayeva chora ao falar sobre a Rio-2016; ausências colocam status da Olimpíada em xeque imagem: AFP/Alexander Zemlianichenko

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

“O que eu poderia dar ao mundo no Rio, as emoções, continuarão sendo um mistério...”. A frase de de Yelena Isinbayeva logo após ficar sabendo que não estará nos Jogos Olímpicos por conta da punição imposta ao atletismo russo, é sintomática. Por causa do zika, das lesões de alguns favoritos ou até da controversa punição à Rússia, a Olimpíada não terá força máxima. 

Isinbayeva faz parte da lista de atletas russos que não foram pegos no doping e mesmo assim levaram o gancho. Assim como o salto com vara, outras modalidades estarão no Rio de Janeiro sem sua força máxima. Nestes casos, as ausências podem fazer conquistas virem acompanhadas de questionamentos. Será que seria igual com todos na disputa?

Por motivos que vão de lesões a necessidade de descanso, 11 atletas da NBA abdicaram do Dream Team, entre eles Lebron James e Stephen Curry. No tênis, Roger Federer sequer veio ao Rio e Rafael Nadal está "baleado". Para completar, os quatro principais golfistas decidiram ignorar a volta do esporte ao programa olímpico alegando temor pelo vírus zika.

O cenário é bem diferente do que foi visto, por exemplo, em Londres-12. Na capital britânica, estrelas de quase todos os esportes profissionais dos Jogos fizeram questão de prestigiar os eventos. Há oito anos, em Pequim, até o torneio de futebol atraiu astros de grande porte como Lionel Messi, à época já um dos melhores do mundo.

A ausência de algumas das principais estrelas já foi um problema para as Olimpíadas. Os boicotes a Moscou-80 e Los Angeles-84, durante a Guerra Fria, abalaram o status dos Jogos. Em profunda crise, o COI (Comitê Olímpico Internacional) se reestruturou a partir de Seul-88 e daí em diante fez questão de atrair os principais profissionais do planeta. Autorizou os atletas da NBA, permitiu três veteranos no futebol e atraiu os maiores nomes do tênis.

Em 2016, a aposta foi no boxe. No início do ano, as autoridades do esporte liberaram a presença de profissionais nos ringues olímpicos, só que o chamado não funcionou. No fim das contas, só três deles estarão no Rio de Janeiro.
 

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