Olimpíadas 2016

Problemas com a defesa atrapalham planos da seleção para a Olimpíada

Lucas Figueiredo/MoWa Press
Weverton trabalha com bola em primeiro dia dele na seleção brasileira imagem: Lucas Figueiredo/MoWa Press

Dassler Marques

Do UOL, em Brasília

A perda de Fernando Prass por lesão no cotovelo direito foi o último de uma série de problemas que a seleção brasileira enfrentou relacionados ao sistema defensivo para os Jogos Olímpicos. Sobretudo no que diz respeito às liberações, o treinador Rogério Micale irá abrir a competição na quinta-feira, diante da África do Sul, com jogadores diferentes do que tinha como Plano A. 

Em um primeiro momento, uma baixa ocasionada pelo Benfica-POR foi significativa. No caso do primeiro clube, a recusa em ceder o goleiro Ederson mexeu diretamente nos planos. Ele era visto pela comissão técnica como o único Sub-23 da posição capaz de suportar a pressão da Olimpíada em casa. Sem ele, automaticamente, foi preciso queimar um dos três cartuchos com jogadores experientes com um camisa 1. 

O Monaco-FRA também prejudicou os planos ao avisar que não liberaria o lateral direito Fabinho e o zagueiro Wallace, pois teriam compromisso pelos playoffs da Liga dos Campeões. A perda do primeiro significou a mudança de um titular praticamente absoluto da linha de quatro, com experiências na seleção principal e que havia participado dos dois últimos amistosos de Micale, em março, como titular. Wallace concorria a uma vaga, mas com poucas chances de jogar no time principal. 

A baixa seguinte, também importante para o treinador da seleção, foi a ausência de Thiago Silva. O zagueiro do Paris Saint Germain-FRA formaria a trinca de jogadores acima dos 23 anos com Neymar e Fernando Prass, mas acabou impedido de jogar a terceira Olimpíada da carreira porque seu clube não liberou. A convocação dele tinha a aprovação de Tite e permitiria ao Brasil ter uma zaga de peso e entrosada. Por pouco, o PSG também não impediu Micale de ter também Marquinhos, que fez força para estar na competição. 

Mudança no miolo de zaga

Sem Thiago Silva, Rodrigo Caio passou a ser o zagueiro titular do Brasil para a Olimpíada. Embora reconheça no são-paulino um jogador de qualidade e com perfil técnico para jogar na equipe, Micale pessoalmente também gosta de Rodrigo no meio-campo. Foi nesse setor que ele atuou em cinco das sete partidas da seleção sub-23 até a convocação para os Jogos. 

Já na ausência de Fabinho, Zeca é que se tornou o dono da lateral direita. Em ótima fase no Santos pela esquerda, porém, ele havia feito só uma partida como titular ao longo de toda a preparação com Micale. 

A perda de Fernando Prass

O problema com Fernando Prass foi o último a concretizar as dificuldades relacionadas à montagem de um sistema defensivo. O goleiro havia sido uma escolha celebrada pela comissão técnica, jogadores e boa parte da imprensa e torcida. Bastante querido pelos mais jovens, se apresentou como uma liderança natural do elenco e opção confiável para os Jogos Olímpicos. O sonho de estrear na seleção com 38 anos, porém, não se realizou com o corte de sábado.

Para repor a baixa de Prass, a CBF trabalhou com dois nomes: Diego Alves e Weverton, que foi chamado. No caso do primeiro, os contatos tiveram início no sábado e ele tinha a indicação de aval pelo Valencia-ESP, mas o tempo curto para resolver a viagem da Europa ao Brasil e concretizar a liberação impediram a convocação. O goleiro do Atlético-PR, contatado no domingo e com a confiança da comissão técnica, se tornou o dono do gol para a Olimpíada. A entidade assegura que ele era o primeiro nome da lista. 

Topo