Drama de Prass tem sofrimento em exame e sonho do pai frustrado com corte
O sonho de defender a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos, aos 38 anos, morreu para Fernando Prass no aquecimento antes do amistoso contra o Japão, sábado, no Serra Dourada. Confirmado já no início da madrugada de domingo, o corte do goleiro concluiu uma semana que teve alguns momentos de otimismo, mas ficou marcada de forma geral por uma situação bastante difícil e com final triste para o experiente palmeirense.
Na Clínica do Esporte, em Goiânia, onde realizou o exame que constatou fratura em seu cotovelo direito, Prass teve grandes dificuldades. Ele levou quase três horas na noite de sábado para conseguir posicionar o braço da forma correta e ficar imóvel na máquina que realiza a ressonância magnética. Foram necessárias diversas tentativas até a conclusão sobre a fratura que já havia sido identificada durante o jogo do Brasil.
Na saída da clínica, Fernando Prass passou por nova situação de estresse. A van que levava o goleiro e o estafe da CBF foi jogada contra jornalistas pelo motorista chamado Divino. Irritado pelo tapa de um jornalista no vidro do veículo, ele engatou marcha ré em velocidade e arrancou contra cerca de 40 profissionais da imprensa presentes. Ninguém se machucou, mas Prass estava no interior da van.
Fora da Olimpíada, Fernando Prass só se manifestou por meio das redes sociais, mas viu frustrado o sonho de seus familiares, em especial o pai. Arthur Prass havia alugado casa em Brasília para acompanhar, in loco, as duas primeiras partidas do filho na competição. A informação foi fornecida por ele próprio à Fox Sports e dá o tom da importância depositada pelo goleiro na competição.
Até o treinamento deste sábado, em que a fratura ocorreu durante o aquecimento, Prass encarava a situação de seu cotovelo direito com otimismo. Após momentos mais difíceis entre segunda e quinta-feira, em que praticamente não treinou, ele havia notado uma evolução no quadro. No meio desse processo, o goleiro chegou a relatar até dificuldade para levar a mão acima, em direção à boca, para escovar os dentes.
Já na sexta, o goleiro trabalhou no gramado no Centro de Treinamento do Vila Nova pela manhã, e no Serra Dourada no período da tarde. Preservado da partida com o Japão pela comissão técnica, ele esperava trabalhar normalmente com o grupo, sem restrições, na segunda. Entretanto, não foi possível com o agravamento do problema.
Em 2014, Prass realizou cirurgia no mesmo cotovelo e ficou ausente por cerca de cinco meses. De volta a São Paulo no domingo, ele irá programar uma nova operação e tem retorno aos gramados praticamente descartado para a atual temporada.
Já a CBF aguarda por um aval da Fifa para convocar um goleiro acima dos 23 anos que atua no Brasil. Se o pedido for negado, a decisão ficará entre Jean (Bahia) e Jordi (Vasco). As chances de Alisson (Roma-ITA) jogar a Olimpíada são quase nulas.