Em baixa no mercado, F. Anderson tem Neymar como aliado para se recuperar
Objeto de desejo do Manchester United na última janela de transferências, Felipe Anderson chega à Olimpíada em busca de seu melhor nível técnico. Um dos principais aliados para ele recuperar o status de sensação do futebol italiano é um velho conhecido do Santos.
Apesar de ter ficado com a camisa 10 que era de Felipe Anderson (agora 17) ao longo dos amistosos da seleção olímpica, Neymar é um de seus maiores amigos. Não apenas isso, mas um admirador confesso do jogador da Lazio, tanto que já explicitou publicamente seu apoio ao meia-atacante diversas vezes. No Santos, em que Felipe jamais conseguiu ser unanimidade, ele cansou de usar de seu prestígio para defender o futebol do colega.
Na Granja Comary e na sequência para a Olimpíada, essa "moral" de Neymar pode ser importante. Nos últimos meses, o futebol de Felipe Anderson caiu de rendimento de forma considerável e fez com que até mesmo a condição de titular da Lazio fosse perdida. Em 2016, o jogador marcou apenas três gols. Pouco para quem já foi avaliado em mais de R$ 200 milhões no mercado europeu e eleito um dos melhores jogadores jovens do continente.
Para recuperar o status, Felipe Anderson apostou as fichas justamente na Olimpíada ao lado de Neymar. Apesar da Lazio se mostrar pouco disposta em ceder o jogador, ele insistiu e conseguiu a liberação a contragosto do então treinador Marcelo Bielsa - o argentino deixou o clube ainda durante a pré-temporada. A hora é de recuperar a confiança e, para isso, nada melhor que estar próximo de um dos melhores amigos e craque da equipe.
Neymar sobre Felipe Anderson: "meu pupilo"
Via WhatsApp, os dois mantêm contato frequente, e Felipe Anderson costuma receber incentivos de Neymar, que o encoraja a ser ousado e ir para cima. Em publicação no Instagram, o atacante do Barcelona chegou a chamar o colega de "meu pupilo". Quando ainda começava no Santos, ele também foi publicamente citado poe Neymar após vitória contra o Avaí. “Recebi um belo passe do Felipe, que é jovem igual a mim e logo logo...logo logo não, já está arrebentando aí”, elogiou o então camisa 11 santista.
Na Vila Belmiro, por sinal, a trajetória de sucesso de Neymar influenciou indiretamente - ou até diretamente - a Felipe Anderson. Com o sucesso do atacante no primeiro semestre de 2010, já com 18 anos e campeão paulista e da Copa do Brasil, a direção santista se voltou à base atrás de mais soluções. Então no juvenil, Felipe foi diretamente promovido ao elenco principal e não saiu mais. Ou melhor, só para a Lazio, em 2013, por 7,5 milhões de euros.
Agora para a Olimpíada, Felipe Anderson é favorito para ser titular no meio-campo, até porque as condições físicas não ajudam Rafinha Alcântara. O treinador Rogério Micale ainda espera por Renato Augusto, mas há certa tendência de que o meia do Beijing Guoan-CHN seja utilizado mais atrás, como segundo volante. Vale lembrar que na Lazio, porém, Felipe despontou como ponta esquerda. Na seleção, esse lugar já pertence justamente a Neymar.
"Na Lazio eu tenho que usar velocidade na beirada, fazer um contra um, ir para cima. Aqui na seleção, eles me pedem para movimentar bastante, criar o jogo, ajudar nisso, mas também afundar na linha adversária (adotar um posicionamento bem ofensivo). A gente forma uma linha de quatro pra segurar cinco marcadores deles, e aí fica mais livre para jogar e tem liberdade para cair até o fundo. É uma posição que eu fazia muito no Santos e consigo encaixar velocidade quando vou no fundo. Tenho sido útil na forma tática da seleção, e espero continuar dando frutos", comparou Felipe Anderson, em março, ao UOL Esporte.