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Felipe Anderson conta o que fez para virar jogador top para Europa e Dunga

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Felipe Anderson, meia da seleção brasileira que enfrenta a Nigéria em amistoso olímpico imagem: CBF

Dassler Marques

Do UOL, em Cariacica (ES)

Os maiores clubes europeus acompanham Felipe Anderson de perto nos últimos dois anos. Para ele, titular da seleção olímpica que enfrenta a Nigéria nesta quinta-feira (24), em Cariacica, há uma explicação para um dos saltos mais inesperados de jogadores brasileiros na Europa nos últimos tempos: o meia deixou de ser 'vaga-lume' em campo.

"Era jogador de fazer uma boa jogada e tinha intervalos muito grandes até a outra", explica Felipe, por quem o Manchester United estaria disposto a pagar R$ 170 milhões para a próxima temporada inglesa. Atento com a ascensão de jovens brasileiros na Europa, Dunga levou Felipe à preparação para a Copa América e deve fazer dele seu meia-atacante na disputa do ouro olímpico em agosto. 

Em 2013, quando Felipe desembarcou em Roma, o cenário não era tão positivo. Deixou o Santos com 20 anos, mas sem conseguir se estabilizar como titular com Muricy Ramalho. Foram três anos entre a equipe principal e o banco de reservas, desde que, na euforia pelo sucesso de Neymar, foi puxado dos juvenis para os profissionais. Na seleção Sub-20, o desempenho dele foi ruim, e o Brasil teve sua pior campanha da história no Sul-Americano. Mas, desde 2014, tudo mudou. 

Na temporada passada, virou ponta incisivo e decisivo, com 11 gols e 9 assistências pela Lazio. Restando dois meses para o fim desta temporada, marcou oito vezes e deu cinco passes para gol, o que o ajudou a ganhar um lugar no time olímpico. Curiosamente, em função diferente: pelo centro, muito próximo ao centroavante, como gosta o treinador Rogério Micale.

O Brasil jogará às 19h (de Brasília) com: Ederson; Fabinho, Wallace, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Rodrigo Dourado e Thiago Maia; Gabriel Jesus, Felipe Anderson e Alisson; Gabigol. 

Confira a entrevista de Felipe Anderson:

EVOLUÇÃO NA EUROPA
Foi muito trabalho. O primeiro ano foi muito complicado, cheguei lesionado e demorei a voltar a treinar. É trabalho, é insistência. Tive a oportunidade de ser emprestado a outro clube e preferi ficar, porque sabia que poderia render.

O QUE FOI PREPONDERANTE PARA VINGAR
O maior defeito que eu tinha no Brasil era de não ser contínuo. Era jogador de fazer uma boa jogada e tinha intervalos muito grandes até a outra. Lá na Europa eu aprendi a me movimentar os 90 minutos. Aprendi a pegar a bola, a passar, a ir pra cima, a chutar. Essa é a grande diferença. 

ESPECULAÇÕES SOBRE FUTURO
Sempre escuto falar muito. São dois anos em que meu nome é vinculado a vários clubes europeus. Tenho feito meu trabalho de pensar só na Lazio, se pensar muito em outras coisas posso me desconcentrar. O meu objetivo é fazer bem na Lazio e seleção também, são coisas muito importantes, não tenho como pensar em outra coisa. Nessa temporada, é terminar muito bem, mostrar meu potencial para estar na lista. Só Deus vai poder decidir. 

ASSÉDIO DO MANCHESTER UNITED
No último verão chegou proposta do Manchester United. A Lazio confirmou isso, e preferiram a minha continuação para fazer uma grande temporada. Infelizmente, não conseguimos repetir o feito da temporada passada, mas seguimos trabalhando firme e vamos ver no futuro como vai ser.

DISPUTA ACIRRADA POR OLIMPÍADA
Todos os jogadores estão muito ansiosos. Sabemos dessa questão de ninguém ter confirmação, então não se pode acomodar nunca. É estar bem no seu clube para chegar na seleção, dar seu melhor a cada minuto. O Brasil tem jogadores de muita qualidade, sempre despontando mais e mais promessas. Não se pode vacilar um minuto para realizar o sonho de estar na lista final das Olimpíadas.

PAPEL DIFERENTE NO TIME OLÍMPICO
Na Lazio eu tenho que usar velocidade na beirada, fazer um contra um, ir para cima. Aqui na seleção, eles me pedem para movimentar bastante, criar o jogo, ajudar nisso, mas também afundar na linha adversária. A gente forma uma linha de quatro pra segurar cinco marcadores deles, e aí fica mais livre para jogar e tem liberdade para cair até o fundo. É uma posição que eu fazia muito no Santos e consigo encaixar velocidade quando vou no fundo. Tenho sido útil na forma tática da seleção, e espero continuar dando frutos.

LIÇÕES PELA PIOR CAMPANHA DA HISTÓRIA NO SUL-AMERICANO SUB-20
2013 foi uma frustração para os brasileiros, que apostavam muito naquele grupo. Era um grupo muito bom, e para cada um de nós também (foi frustrante). O Brasil sempre vai com a cabeça de ser campeão e o que aconteceu não agradou ninguém. Acho que é não fazer mais o que fizemos de errado e saber lidar melhor com isso.

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