Com obras atrasadas, Rio restringe metrô e BRT a quem tem ingresso olímpico
Faltando exatamente um mês para o início da Olimpíada, prefeitura e governo do Rio de Janeiro correm para concluir as duas principais obras de transporte prometidas para os Jogos: a Linha 4 do Metrô e a TransOlímpica. Prefeito e governador garantem que ambas estarão prontas a tempo. Os dois já avisaram, porém, que a população só desfrutará dos benefícios dos investimentos após a Rio-2016.
Isso porque, durante a Olimpíada, apenas profissionais credenciados ou donos de ingressos olímpicos poderão utilizar os novos meios de transporte. Após atrasos na execução dos dois projetos, Estado e município decidiram restringir a utilização da linha de metrô e da nova avenida a espectadores e trabalhadores da Rio-2016.
A Linha 4 do Metrô, por exemplo, já deveria estar funcionando desde o final do mês passado, segundo o plano de legado da Olimpíada. Acontece que sua construção, orçada em R$ 9,77 bilhões, atrasou e a inauguração da linha foi adiada para o dia 1º de agosto --ou seja, cinco dias antes da cerimônia de abertura da Rio-2016.
Segundo o secretário de Transportes do governo, Rodrigo Vieira, a partir do dia 1º de agosto, a Linha 4 transportará somente portadores de credenciais olímpicas. Já a partir do dia 5, ela passará a atender torcedores donos de bilhetes olímpicos.
Vieira ainda afirmou que, após a Olimpíada, a nova linha de metrô do Rio fechará "para ajustes". Ela reabrirá para a Paraolimpíada, que começa em 7 de setembro. Só depois que a Paraolimpíada acabar, em 18 de setembro, é que a população do Rio se beneficiará daquele que é tido como o maior legado da Olimpíada de 2016. Contudo, em setembro a nova linha ainda terá horários restritos e uma estação, a estação Gávea, fechada para obras (essa estação deve abrir em 2018).
"Depois da Olimpíada, abriremos para a população gradativamente, assim como acontece com qualquer nova linha de metrô do mundo”, lembrou Vieira.
TransOlímpica restrita até fim de agosto
A inauguração TransOlímpica também estava prevista para junho, de acordo com o plano de legado da Rio-2016. Nesta segunda-feira (4), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou que ela será entregue no próximo sábado (9), e também com restrições.
A TransOlímpica é um projeto de R$ 2,2 bilhões que inclui a construção de uma nova avenida ligando o Parque Olímpico da Barra ao Parque de Deodoro. A via já estará adaptada para a circulação de ônibus expressos, o chamado BRT (Bus Rapid Transit). Segundo a prefeitura, a obra vai reduzir em até 60% o tempo de deslocamento entre as duas principais áreas de competição da Rio-2016.
Essa redução, entretanto, só poderá ser constada pela população após o fim da Olimpíada. No evento, a TransOlímpica estará fechada para o tráfego de carros comuns. Já o BRT estará reservado a donos de ingressos e trabalhadores olímpicos.
Torcedores e profissionais poderão embarcar ou desembarcar em seis estações e dois terminais. Outras doze estações e um terminal permanecerão fechados e abrirão gradativamente após 22 de agosto, um dia depois do encerramento da Olimpíada e dia da abertura da TransOlímpica para a população.
Paes reconheceu atrasos na obra da avenida, mas disse que as restrições na operação da nova via foram criadas para viabilizar o esquema de transporte elaborado para os Jogos. Segundo ele, o projeto da via foi criado há mais de 50 anos. Para ele, aguardar mais um mês não será um grande problema. “Quem já esperou 50 anos espera mais um mês”, minimizou o prefeito.
Cartão de Transporte Olímpico a R$ 25
Espectadores que pretendem usar a TransOlímpica ou a Linha 4 do Metrô para se descolocarem durante a Rio-2016, além de apresentarem seus ingressos para eventos olímpicos, precisarão portar um cartão de transporte especial válido para o período das Olimpíadas. O bilhete único olímpico custará no mínimo R$ 25 e dará direito a viagens ilimitadas por um dia. Uma passagem de metrô no Rio custa hoje R$ 4,10.
O bilhete já está à venda pela internet. É possível também comprar um cartão válido por três dias (R$ 70) ou sete dias (R$ 160).
O Cartão de Transporte Olímpico também dará acesso a linhas de ônibus expressas criadas justamente para levar torcedores a arenas olímpicas. Segundo a prefeitura do Rio, todos os ônibus e BRTs já implantados na cidade funcionarão normalmente durante os Jogos, atendendo qualquer passageiro. Só os serviços especiais, além da TransOlímpica e da Linha 4 do Metrô, demandarão o cartão olímpico.