! Artistas fazem corrente para cobrar prefeito do RJ sobre obra olímpica - 29/02/2016 - UOL Olimpíadas

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Artistas fazem corrente para cobrar prefeito do RJ sobre obra olímpica

Do UOL, no Rio de Janeiro

A prefeitura do Rio de Janeiro tem intensificado ações para extinção da comunidade da Vila Autódromo, que há 50 anos ocupa um terreno ao lado do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, ponto nevrálgico do projeto do município para receber os Jogos Olímpicos de 2016. Para um grupo de artistas e intelectuais brasileiros, contudo, ainda faltam dados nesse projeto. Nomes como a escritora Marcia Tiburi, o ator e escritor Gregório Duvivier e o sociólogo e cientista político Emir Simão Sader aderiram a uma campanha lançada no último sábado (27) na rede social Facebook para cobrar explicações do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

“85% dos moradores da Vila Autódromo foram removidos pela prefeitura por causa das Olimpíadas. Os 15% que ficaram lá hoje em dia vivem em escombros, sem nenhuma infraestrutura e sem nenhum plano de reurbanização por parte da prefeitura. Então eu queria interpelar o prefeito Eduardo Paes para saber quando é que vai ser feito um plano de reurbanização da Vila Autódromo. É urgente”, cobrou Duvivier em vídeo publicado nesta segunda-feira (29). A peça já tem mais de 27 mil visualizações.

“Devemos perguntar a ele [Eduardo Paes], por dever de cidadania, o que ele fará com os moradores da Vila Autódromo que neste momento, no Rio de Janeiro, apresentam um interessantíssimo plano de reurbanização do local de morada e que exigem o direito de permanecer no local”, completou Tiburi em vídeo visto mais de 3 mil vezes.

Há menos de seis meses do início dos Jogos Olímpicos, cerca de 50 famílias vivem na Vila Autódromo – eram 600 há três anos. Quase todas as que ficaram no local se recusam a deixar suas casas. Em 2013, antes do início da demolição, moradores elaboraram em conjunto com arquitetos e urbanistas um plano específico para a área, com investimento de R$ 14 milhões na comunidade.

Em março de 2015, Paes assinou um decreto que transformou 58 casas em “utilidade pública” e encerrou a negociação que existia com os responsáveis pelos imóveis. Isso abriu caminho para uma remoção direta e deu margem a conflitos judiciais. Em janeiro de 2016, por exemplo, a Defensoria Pública elaborou petição dizendo que havia irregularidades como excessos da Guarda Municipal, cortes de água e luz e isolamento das famílias que estavam no local.

Na quarta-feira (24), a prefeitura do Rio de Janeiro deu mais um passo importante para um desfecho na situação da Vila Autódromo. Tratores demoliram o prédio em que funcionava a associação de moradores do local – a Defensoria Pública havia conseguido impedir, no início do ano, a tentativa anterior de colocar o espaço abaixo.

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